A Polícia Civil de São Paulo cumpriu, nesta quinta-feira (9/10), um mandado de busca e apreensão contra a empresa Trans X Serviços de Apoio Administrativos, suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro por meio do mercado de criptoativos.
As apurações apontam que a Trans X seria uma empresa de fachada, criada com o propósito de receber, movimentar e remeter ativos ilícitos. Formalmente registrada na Avenida Paulista, um dos endereços mais conhecidos de São Paulo, a empresa foi fundada em agosto de 2019 e mantinha apenas um sócio em seu quadro societário.
Esse sócio, responsável pelo boletim de ocorrência que deu origem à operação, declarou à polícia que atuava apenas como laranja, sem participação efetiva na administração da companhia. Ele relatou ainda que aceitou o cargo a pedido de um homem preso anteriormente pela Polícia Federal (PF) por envolvimento com Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik do Bitcoin”.
Francisley, empresário de Curitiba (PR), foi condenado a 56 anos de prisão em outubro de 2024, pela Justiça Federal do Paraná, por liderar um dos maiores esquemas de pirâmide financeira com criptomoedas no país. Ele era dono da Rental Coins e de mais de 100 empresas, responsáveis por movimentar cerca de R$ 4 bilhões entre 2018 e 2022.
Durante a ação policial na Trans X, foram apreendidos um celular e um notebook. Nenhum material ilícito foi encontrado. O sócio foi ouvido e liberado, permanecendo na condição de testemunha colaboradora.
A investigação segue em andamento para identificar outros envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro e rastrear os destinos dos valores movimentados pela empresa.