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Operação Carbono Oculto interdita 50 postos de combustíveis ligados ao PCC no Piauí, Maranhão e Tocantins

A ação tem como objetivo desarticular um esquema financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC)

João Victor Rodrigues

05/11/2025 8h12

Divulgação/SSP-PI

Pelo menos 50 postos de combustíveis foram interditados nesta quarta-feira (5/11) durante a Operação Carbono Oculto 86, realizada simultaneamente nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins. A ação tem como objetivo desarticular um esquema financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, o grupo criminoso utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para fraudar o mercado de combustíveis e dissimular a origem de recursos ilícitos. As investigações apontam para irregularidades tributárias, lavagem de dinheiro e estelionato, com ramificações em vários estados.

A operação também identificou ligações entre empresários locais e operadores financeiros já investigados em outras fases da ação.

Os postos interditados estão localizados nas seguintes cidades:

  • Piauí: Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira;
  • Maranhão: Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras;
  • Tocantins: São Miguel do Tocantins.

Deflagrada originalmente em 28 de agosto de 2025, a Operação Carbono Oculto é considerada a maior ofensiva contra o crime organizado na história do país, segundo a força-tarefa que reúne o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Receita Federal.

A investigação mira toda a cadeia de abastecimento de combustíveis — desde a importação e produção até a distribuição e venda ao consumidor final, incluindo os mecanismos de ocultação patrimonial usados pelo crime organizado, como fintechs e fundos de investimento.

Segundo a Receita Federal, uma rede de 1.200 postos movimentou mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, mas declarou apenas R$ 90 milhões em impostos — o equivalente a 0,17% do total movimentado. Para lavar os recursos ilícitos, o grupo teria usado 40 fundos de investimento, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, administrados por operadores financeiros da região da Faria Lima, em São Paulo.

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