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‘Me sinto realizado’, diz homem que adotou cão que teve duas patas amputadas

Everton Holanda, agente de viagens, viajou de Mossoró, no Rio Grande do Norte, até São Paulo só para adotar o cachorro

Redação Jornal de Brasília

04/03/2020 18h18

Em 2017, o Marvin, que na época era um cachorro de rua, foi atravessar a rodovia Régis Bittencourt (BR-116) e acabou sendo atropelado por um carro. O animal foi resgatado em estado grave pela ONG “Cão sem dono”. Lá ele foi tratado e conseguiu se recuperar. Porém, o acidente deixou o cão sem as duas patas traseiras. 

Depois do tratamento, Marvin foi para a lista de adoção, mas não conseguiu um dono. Após três anos, o o dia tão esperado chegou. Everton Holanda, agente de viagens, viajou de Mossoró, no Rio Grande do Norte, até São Paulo só para adotar o cachorro. 

“Eu me penalizei, me sensibilizei com a situação e não coloquei obstáculos. Eu realmente só fui buscá-lo. Fui e voltei no mesmo dia”, relatou Everton.

Ele contou que soube da oportunidade de adoção através de uma página da ONG na internet. Everton pesquisava sobre os pitbulls pois seu filho levou um filhote para sua casa. “Eu comecei a pesquisar sobre a raça, que não é nada daquilo que falam. Fui adicionando páginas e me era sugerido páginas de ONGs. Até que eu cheguei a história de Marvin”, revelou. 

O agente de viagens afirmou que o relacionamento de Marvin com o pitbull Bradock é bem tranquilo. “A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi colocá-los próximos. Eles se dão muito bem. Saímos para passear juntos também”, afirmou. 

foto: arquivo pessoal

 

Adaptação 

Aos sete anos, o cachorro tem uma vida diferente depois do grave acidente. O cão precisa de um medicamento todos os dias e se move só com as patas da frente. “Em casa, a gente não tem medo de que ele se arranhe, porque o piso é liso. Então, ele se arrasta e consegue se locomover. Caso ele vá para a parte de fora da casa, colocamos um ‘saco de arrasto’ para evitar que ele se machuque. Quando o levamos pra caminhar, aí usamos uma cadeirinha para caminhada, que ele ganhou de uma madrinha”, explicou o dono. 

No acidente, o cachorro quebrou a coluna e sua bexiga também foi afetada. O animal não tem controle sobre seu xixi. “Ele faz xixi a qualquer hora em qualquer momento. Mas é preciso que a bexiga seja estimulada. Como ele se arrasta, geralmente esse estímulo acontece nesse movimento. Se não, eu preciso massagear a barriga dele”, contou Everton. 

Acompanhamento nas redes sociais 

Depois da adoção, Everton Holanda contou que muitas pessoas criticaram a ONG por deixar alguém de tão longe adotar o cão. O agente de viagens teve a ideia então de criar uma página nas redes sociais para compartilhar o cotidiano de Marvin. Hoje, o perfil conta com mais de 5 mil seguidores. “Eu decidi fazer um diário para que essas pessoas pudessem acompanhar o dia a dia dele”, afirmou. 

Cuidar do cão é trabalhoso por causa de suas condições especiais, mas Everton conta que é recompensador. “Ninguém me obrigou a nada. Eu peguei essa responsabilidade pra mim. É claro que tudo dá muito trabalho, mas eu me sinto realizado”.

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