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Jovem brasileira arrecada mais de R$ 80 mil em vaquinha para fazer eutanásia

Carolina sofre há 11 anos com a neuralgia do trigêmeo, uma condição rara conhecida por provocar “a pior dor do mundo”

Redação Jornal de Brasília

06/07/2024 12h28

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Foto: Reprodução

“Por uma despedida digna: apoie Carolina a encontrar paz” é o título da campanha online da mineira Carolina Arruda Leite, de 27 anos, que visa arrecadar R$ 150 mil para realizar eutanásia na instituição Dignitas, na Suíça. Lançada na segunda-feira (1º), a campanha já conseguiu R$ 83 mil em doações de 1.946 apoiadores.

Carolina sofre há 11 anos com a neuralgia do trigêmeo, uma condição rara conhecida por provocar “a pior dor do mundo”. Este ano, ela começou a compartilhar sua jornada nas redes sociais. Em vídeos postados no TikTok, Carolina documentou momentos como idas ao hospital, crises de dor, uso de morfina e canabidiol, e em abril começou a discutir o suicídio assistido.

Em uma publicação, Carolina revela que já tentou o suicídio duas vezes. “Quando estou em uma crise de dor intensa, perco completamente a noção do que estou fazendo; só quero que tudo acabe”, desabafa.

Estudante de medicina veterinária, Carolina afirma que a eutanásia foi a decisão que tomou para encerrar seu sofrimento de forma digna, depois de “esgotar todas as opções médicas disponíveis e enfrentar uma dor insuportável diariamente”.

Existem métodos para terminar a vida, especialmente quando associados a doenças limitantes ou terminais, disponíveis globalmente. Dois desses métodos são a eutanásia e o suicídio assistido, que buscam permitir uma morte sem sofrimento para o paciente. Na primeira, os profissionais de saúde administram os medicamentos, enquanto na segunda, o próprio paciente o faz.

No Brasil, ambos os métodos são proibidos e considerados crime de homicídio pelo Código Penal. A Suíça, onde está localizada a instituição Dignitas, é um dos poucos países que aceita estrangeiros para realizar o suicídio assistido – muitas vezes confundido com a eutanásia. Este também foi o destino escolhido pelo cineasta francês Jean-Luc Godard em 2022.

“Antes de a neuralgia do trigêmeo dominar minha vida, eu era uma pessoa cheia de energia, com muitos sonhos. Sempre amei ler, estudar e praticar atividades físicas. Queria seguir uma carreira que me permitisse ajudar os animais, algo pelo qual sou muito apaixonada. No entanto, a dor constante me privou da capacidade de realizar essas coisas, transformando meus dias em uma luta contínua”, escreve Carolina na plataforma Vakinha.

“Esta é uma decisão profundamente pessoal e dolorosa, mas acredito ser a melhor solução para acabar com o sofrimento incessante que enfrento diariamente. Sua contribuição, por menor que seja, fará uma diferença imensa na minha vida, permitindo que eu tenha uma despedida tranquila e digna, livre da dor que me atormenta”, afirma a jovem.

Segundo Carolina, viver com dor crônica severa e constante afetou todos os aspectos de sua vida, incluindo sua saúde mental. “A dor é tão intensa que torna impossível realizar tarefas simples do dia-a-dia, manter relacionamentos ou mesmo encontrar prazer em atividades que antes faziam parte da minha rotina. Cada dia é uma batalha exaustiva e constante”, relata.

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