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Igreja mexicana cobre figuras femininas para destacar violência contra mulheres

As imagens da Virgem Maria e de santas de uma paróquia da Cidade do México foram cobertas com mantas com a intenção de chamar a atenção para a violência sofrida pelas mulheres

Redação Jornal de Brasília

05/03/2020 14h02

As imagens da Virgem Maria e de santas de uma paróquia da Cidade do México foram cobertas com mantas com a intenção de chamar a atenção para a violência sofrida pelas mulheres, embora um representante da Igreja católica tenha esclarecido que não apoia a demanda de direito ao aborto.

Situada em um bairro da capital, a Igreja de São Cosme e São Damião decidiu retomar a tradição católica de cobrir na Quaresma todas as imagens e esculturas religiosas com mantos roxos. Este ano, porém, foram recobertas apenas as figuras femininas.

“Estão cobertas para que nossa atenção se concentre no que está acontecendo com a mulher” no México, disse à AFP o subdiretor de rádio e televisão da Arquidiocese do México, José de Jesús Aguilar Valdez.

foto: AFP

Dentro da Igreja, “há machismo, há discriminação em relação às mulheres, dentro da Igreja há omissões em relação à mulher e dentro da Igreja há uma educação que nem sempre permite que as mulheres consigam enfrentar este problema”, disse Aguilar.

Ele esclareceu, contudo, que essa manifestação não tem qualquer bandeira partidária.

“Não segue nenhuma marcha em favor do aborto e nenhum grupo. É apenas uma tomada de consciência para uma transformação do que está acontecendo em nossa sociedade”, afirmou, apontando que as mulheres que trabalham na paróquia vão se unir à grande marcha das mulheres na próxima segunda-feira.

As mulheres mexicanas se preparam para marchas multitudinárias pelo 8 de Março, domingo, em diferentes cidades do país, e para a jornada do dia seguinte, intitulada #Undíasinnosotras (#UmDiaSemNós).

foto: AFP

Entre 2015 e 2016, os feminicídios dispararam 136% no México. Recentemente, dois assassinatos brutais na Cidade do México – o de uma jovem de 25 anos esfaqueada e esfolada por seu parceiro, assim como o de uma menina de sete anos, vítima de abuso sexual e depois assassinada – abalaram o país.

Agence France Presse

 

 

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