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Homem ‘mais gordo do mundo’ perde 250 quilos e sonha em voltar a andar

Arquivo Geral

23/02/2018 11h43

Ulises Ruiz / AFP

Mexicano Juan Pedro Franco chegou a pesar quase 600 quilos e não conseguia sair de sua cama

O mexicano Juan Pedro Franco passa cada vez menos horas prostrado em sua cama. Com ajuda de um andador especial para suportar seu peso, ele, que foi o homem mais gordo do mundo, aumenta seus passos, mas o que quer é voltar a caminhar por si mesmo sem sufocar.

O jovem de 33 anos, natural do estado de Aguascalientes, no norte do México, pesava 595 quilos em outubro de 2016. Essa condição, resultado de uma dieta inadequada e um mal funcionamento da tireóide, fez com que o Guinness World Records lhe desse o título de homem vivo com maior peso do mundo.

Com hipotireoidismo, hipertensão arterial, diabetes e uma obstrução pulmonar severa, Franco dedicou-se a recuperar sua vida e aceitou a intervenção do cirurgião bariátrico José Antonio Castañeda, um especialista em tratamentos de obesidade.

Em novembro de 2016, se mudou de Aguascalientes para Guadalajara, onde está a Gastric Bypass México, clínica de Castañeda.

O primeiro passo foi submeter-se a uma dieta mediterrânea “muito severa”.

Em maio de 2017 entrou pela primeira vez na sala de cirurgia para realizar uma cirurgia bariátrica, e, seis meses depois, passou por uma conversão. O objetivo de ambas as cirurgias era diminuir o tamanho do estômago.

Reduzir sua capacidade para comer era a única forma de que perdesse peso, já que queimar calorias não era o suficiente.

Na segunda operação, pesava 366 quilos e se espera que em um ano e meia a balança marque cerca de 100 quilos, diz a clínica.

Já fez avanços enormes: a balança industrial em que tinha que ser pesado “indica que deixou cerca de 250 quilos para trás desde que iniciou o tratamento”, festejou Castañeda.

Juan Pedro, que tem a pele muito branca por conta da falta de exposição ao sol, vive em Guadalajara junto com sua mãe desde novembro de 2016 para ficar perto de sua equipe de especialistas.

Ali costura cachecóis e faz alegrias, uma sobremesa tradicional a base de amaranto e mel.

“Estou muito contente porque tudo vai muito bem”, comentou à AFP sentado em sua cama, a qual se construiu uma estrutura metálica que serve tanto para deitar como para fazer alguns levantamentos de peso e de resistência.

“A cada dia está fazendo mais exercício. Tenta ficar de pé, tenta seguir adiante, tem uma atitude muito positiva”, diz o médico, ao seu lado.

Porém, o sonho dourado deste jovem, que gosta de cantar e tocar violão, e que permanece conectado a um tanque de oxigênio, é “voltar a caminhar e sair por aí” sem se cansar tanto.

A clínica adverte que tudo “dependerá de sua evolução, e o tratamento de seus linfedemas nas pernas (acumulação anormal de líquido por obstrução no sistema linfático)”.

Na última cirurgia, seu estômago foi dividido na metade e de forma horizontal para que ficasse muito mais reduzido e com menor capacidade gástrica.

Ao mesmo tempo foi feita uma divisão intestinal para que o processo de absorção seja seletivo, ou seja, que apenas uma parte de seu intestino absorva nutrientes.

Em meados do mês passado, “voltou a subir em uma balança que marcou 345 quilos, cerca de 22 quilos a menos em quase dois meses” de sua última intervenção cirúrgica.
Para a equipe médica interdisciplinar que o atende, “segue sendo um paciente complexo e seguirá em risco até que deixe de ser uma pessoa com obesidade extrema”.

“Estamos tratando de salvar uma vida e seguiremos vigilantes até que esteja fora de perigo”, expõe a clínica.

Segundo estudos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e a Organização Mundial de Saúde, 58% dos habitantes da América Latina e Caribe estão acima do peso ideal. O México, junto com Bahamas e Chile, são os que apresentam os maiores problemas nesse sentido.

Em maio do ano passado, morreu Manuel Uribe, outro mexicano que, com 597 quilos, chegou a ser o homem mais gordo do mundo em 2007, segundo o Guinness World Records.

Fonte: Estadão Conteúdo

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