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“Eu sou gay”, afirma o ginasta Diego Hypolito

Aline Rocha

08/05/2019 16h57

Foto: Reprodução/Instagram

Da Redação
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O ginasta Diego Hypolito falou, pela primeira vez, como escondeu a homossexualidade durante o período que competia. A declaração foi feita por meio de texto forma de depoimento, publicado no UOL. Diego, hoje com 32 anos, relatou o processo para descobrir sua sexualidade e os medos de escondê-la.

“Fui criado na igreja, tenho uma tatuagem de Jesus crucificado no braço, até hoje frequento cultos da Bola de Neve todas as quintas-feiras. Eu tinha vergonha porque na minha cabeça ser gay era ser um demônio, um ser amaldiçoado que vive em pecado. Quando eu tinha uns dez anos, um treinador foi dizer para a minha mãe que ela devia mudar minha educação para que eu não virasse gay. Ela veio falar comigo, preocupada. Eu era muito inocente, nem sabia o que era isso. Mas isso me marcou”, relatou.

Ele conta que, além do esporte, o principal medo era decepcionar a família. Ele conta que nem sempre tinham o que comer em casa e ficavam meses sem energia elétrica. “Como é que eu ia levar mais um problema desses?”. Além disso, o medo do julgamento no esporte acontecia por causa da falta de presença gay no mundo da ginástica. “Eu tinha um sonho de conseguir uma medalha olímpica e faria de tudo para chegar lá, até esconder quem eu era”.

Hypolito conquistou medalha de prata em 2016, dois mundiais e participou de mais de 69 copas do mundo de atletismo. Durante o período, a mentira o acompanhou. Ele conta que odeia mentir e que, após o questionamento de um repórter sobre sua sexualidade, ele solicitou ao seu assessor que esse tipo de pergunta fosse evitado pelos jornalistas.

Ele relembra que, assim que contou para a mãe, em 2014, ela não teve boa recepção. Isso fez com que eles se afastassem por cerca de um ano. Além disso, sessões de terapia fossem necessárias para que ele conseguisse falar abertamente sobre sua orientação sexual. “Disse que a amava muito, que esperava que isso não fosse mudar a nossa relação, porque eu continuaria a amando da mesma maneira. Eu era gay. E não um demônio”, relembra.

“Quero que as pessoas saibam que eu sou gay e que eu não tenho vergonha disso. E não é porque eu sou que outras pessoas vão querer ser. Isso não tem nada a ver. Já vivi muitos anos pensando no julgamento que os outros fariam sobre mim. Hoje só aceito ser julgado por Deus”, finalizou. Hypolito acredita que contar sua história pode ajudar jovens que estão passando pela mesma situação.

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