Menu
Na Hora H!

Em cirurgia delicada, mulher é operada enquanto faz cálculos matemáticos

Nem todos os pacientes podem passar por esse procedimento acordado. Pessoas ansiosas, por exemplo, precisam da anestesia. Não foi o caso da administradora, que estava tranquila. 

Redação Jornal de Brasília

03/03/2020 18h31

Fabíola Marques de Barros, de 37 anos, realizou uma cirurgia muito delicada na cabeça no último mês, em Natal, no Rio Grande do Norte. Mas, durante o procedimento para a retirada de um tumor do cérebro,  Fabíola preferiu ficar acordada fazendo cálculos de matemática.

A administradora contou que não teve nenhum medo, ao G1. No dia 12, antes da cirurgia, Fabíola teve quatro convulsões em cerca de cinco minutos. 

Já no hospital, foi diagnosticada com um menigioma na parte esquerda do cérebro, mas o abcesso era benigno e já foi retirado. No dia 26 de fevereiro a mulher recebeu alta médica. 

Segundo o neurocirurgião Thiago Rocha, que fez a cirurgia, o tumor estava perto de uma área do cérebro que controla as linguagens, por isso houve a opção pelo procedimento com a paciente acordada. 

“O objetivo da cirurgia acordada é minimizar possíveis déficits. Ela é usada principalmente em pacientes que têm tumor próximo à área da linguagem, ou outras áreas funcionais do cérebro, como a motora ou visual”, explicou Thiago. “Com o paciente acordado, nós podemos perceber imediatamente se a remoção da lesão causa alguma alteração do raciocínio ou da linguagem”, finalizou.

Mas nem todos os pacientes podem passar por esse procedimento acordado. Pessoas ansiosas, por exemplo, precisam da anestesia. Não foi o caso da administradora, que estava tranquila. 

“Eles fizeram a proposta, passaram muita tranquilidade, confiança e aceitei”, conta. “Foram profissionais muito humanizados. Lembro que tinha música na sala e eles riram porque eu pedi para botarem música de Fábio Júnior”, lembra.

Fabíola não escolheu fazer os cálculos atoa. Ela cursa licenciatura em matemática e tem relacionamento íntimo com a ciência. 

O uso dos cálculos durante a cirurgia também não foi por acaso. Fabíola cursa licenciatura em Matemática e tem paixão pela ciência exata desde a infância.”É interessante usar talentos do paciente. Pode ser algo voltado para a música. No caso dela, era a Matemática”, ressaltou o médico.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado