Paulo Jabur Maluf, um dos proprietários da Camisaria Colombo, se apresentou à Polícia Civil de São Paulo e foi preso na tarde desta quinta-feira (21/8). Ele está sendo ouvido na Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Mais cedo, na manhã do mesmo dia, seu irmão e sócio, Álvaro Jabur Maluf Júnior, também havia sido preso. Ambos são alvos da Operação Fractal, deflagrada pela Polícia Civil paulista, que apura um esquema de fraude milionária no sistema bancário e ocultação de patrimônio envolvendo a gestora BS Capital.
Mandados e prisões
A operação cumpre quatro mandados de prisão temporária — dois contra os irmãos donos da rede de moda masculina — e 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Birigui, Avaré e Brasília.
Até agora, três pessoas foram presas:
- Paulo Jabur Maluf, sócio da Camisaria Colombo;
- Álvaro Jabur Maluf Júnior, também proprietário da empresa;
- Bruno Gomes de Souza, representante da BS Capital.
- Outro alvo, Maurício Miwa, ex-funcionário da Colombo, permanece foragido.
Como funcionava o esquema
De acordo com as investigações, a Camisaria Colombo contratou a BS Capital para gerenciar pagamentos de franquias, fornecedores e funcionários. Durante esse processo, pessoas ligadas à gestora identificaram uma falha no sistema: ao realizar um pagamento, o valor chegava à conta de destino, mas não era debitado da conta pagadora.
Explorando essa vulnerabilidade, a BS Capital realizou mais de 2.500 transferências em apenas 21 dias, a partir de 1º de outubro do ano passado. O montante movimentado foi de R$ 26 milhões, mesmo com a conta da empresa tendo apenas R$ 5 milhões, segundo o delegado Paulo Barbosa. A polícia ainda apura como essa multiplicação de valores foi possível.
A investigação começou após uma denúncia da PagSeguro, que detectou um prejuízo milionário em contas mantidas pela BS Capital na plataforma de pagamentos.
Objetivo do esquema
Segundo o delegado Maicon Richard, além da fraude financeira, o grupo também teria tentado ocultar patrimônio em meio a um processo de recuperação judicial, prejudicando credores e o sistema financeiro nacional.
Outras pessoas que podem ter se beneficiado das transações também estão sob investigação.