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“Diabo Loiro”, ex-padrasto de MC Ryan SP, é preso por envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro do PCC

A prisão foi realizada no interior de São Paulo

João Victor Rodrigues

31/10/2025 9h32

Foto: redes sociais

O produtor rural Eduardo Magrini, conhecido como “Diabo Loiro”, foi preso na manhã desta quinta-feira (30/10) em uma ação da Operação Off White, que investiga um complexo esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A prisão foi realizada no interior de São Paulo, e faz parte de uma ofensiva que cumpre nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Artur Nogueira e Mogi Guaçu.

Diabo Loiro ganhou destaque não apenas pelo envolvimento com o crime organizado, mas também por sua ligação com o meio artístico — ele foi padrasto do funkeiro MC Ryan SP, de quem chegou a cuidar como filho durante o relacionamento com a mãe do cantor. Ryan mantém laços próximos com o meio-irmão, também filho de Eduardo Magrini, com quem aparece em fotos e viagens publicadas nas redes sociais.

Antes de se tornar alvo da operação, Magrini já possuía uma longa ficha criminal, incluindo condenações por tráfico de drogas, homicídio, formação de quadrilha, receptação e uso de documentos falsos. Ele chegou a ser condenado em 2016 a 6 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por tráfico, mas recorreu da sentença ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Mesmo com os recursos pendentes, a Justiça manteve a decisão de prisão, afirmando que sua condição de atleta de hipismo e ex-representante do Brasil em competições internacionais não interferia no cumprimento da pena. Desde então, Magrini estava foragido, e diversas tentativas de prisão acabaram frustradas por não se localizar o condenado.

Além de atuar como operador financeiro do PCC, Eduardo Magrini é suspeito de envolvimento em ataques contra forças de segurança e de participação em atentados à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ocorridos em 2006, na zona norte de São Paulo.

Nas redes sociais, o investigado se apresentava como produtor rural e influenciador digital, compartilhando imagens de carros de luxo, viagens e encontros com pessoas conhecidas.

A Operação Off White é um desdobramento das investigações que, em agosto, levaram à prisão de dois empresários acusados de planejar o assassinato do promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a análise de documentos apreendidos em fases anteriores revelou uma rede de empresários, agiotas, traficantes e influenciadores que realizavam transações financeiras e imobiliárias para disfarçar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

As investigações apontam que divergências internas entre os integrantes do grupo motivaram uma série de negócios fraudulentos destinados a dissipar o patrimônio ilícito e ocultar os verdadeiros beneficiários dos recursos.

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