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Crianças indígenas deixam de frequentar escola após jovem ser decapitado em aldeia e ameaças no Paraná

No local do crime, havia uma carta com ameaças diretas às comunidades, em especial às crianças e adolescentes que utilizam o transporte escolar

João Victor Rodrigues

21/08/2025 7h19

Foto: Divulgação

Crianças indígenas da etnia Avá-Guarani, que vivem no oeste do Paraná, deixaram de frequentar a escola em razão de ameaças e episódios de violência registrados na região, marcada por conflitos históricos envolvendo terras indígenas.

A situação foi constatada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) e se agravou após o indígena Everton Lopes Rodrigues, de 21 anos, ser encontrado decapitado em julho deste ano. No local do crime, havia uma carta com ameaças diretas às comunidades, em especial às crianças e adolescentes que utilizam o transporte escolar.

O documento dizia: “[…] nós vamos matar mais de vocês, iremos invadir as aldeias já existentes, atacaremos os ônibus com as vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas, sim, recheada com ódio.” O bilhete ainda exigia a interrupção dos processos de retomada de terras, relacionados a um acordo da Itaipu Binacional, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a compra de áreas destinadas aos indígenas.

Embora o número exato de estudantes afetados não tenha sido divulgado, o MP estima que a situação atinja comunidades de Guaíra, um dos cinco municípios que integram as Terras Indígenas Tekoha Guasu Guavirá e Tekoha Guasu Okoy Jakutinga, onde vivem mais de 500 crianças entre 2 e 12 anos.

De acordo com o órgão, as ameaças geraram clima de pânico nas aldeias, e muitas famílias só permitiram o retorno dos filhos à escola após mediação e garantias oferecidas pelo MP.

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