No último sábado, 12, a cabo Andressa Christine Medeiros dos Santos, 33, foi expulsa de seus quadros pela Polícia Militar. A agora ex-agente está sendo acusada de participar de diversos eventos sociais e compartilhar uma rotina pesada de treinos físicos nas redes sociais enquanto estava de licença médica para tratamento de saúde. A decisão do afastamento permanente foi publicado em boletim interno da corporação, e classifica a conduta da PM como “transgressão disciplinar de natureza grave”.
Conforme descreve o documento, no dia 27 de julho de 2018, Andressa foi atingida por uma arma de fogo no pé esquerdo, o incidente não foi considerado um “ato de serviço”. Por conta disso, ela foi retirada das “atividades laborais a fim de recuperar-se da lesão”. No entanto, já no dia 30 de agosto, pouco mais de um mês após o afastamento, a agente “postou vídeo em sua página social realizando exercícios físicos em academia”.
“É oportuno citar que, nos dias 9 e 30 de dezembro de 2018, o revisionado participou dos eventos Feijoada de Coroação da Rainha e Encontro da Banda Amigos da Barra, ocasião em que aparece dançando e utilizando calçado alto”, prossegue o texto publicado no boletim obtido pelo EXTRA, frisando ainda que, naquela época, Andressa “encontrava-se de Licença para Tratamento de Saúde pela clínica de ortopedia da Corporação”. De acordo com o documento, enquanto enfileirava atividades sociais e postava fotos como musa da banda Amigos da Barra durante o carnaval, a policial apresentou três períodos de afastamento de um mês cada.
Andressa foi autorizada, em janeiro de 2019, a retornar ao trabalho, porém na categoria “apto B”, com restrições para exercícios físicos e longa permanência em pé. Apesar disso, ela voltou a participar de eventos da Amigos da Barra nos dias 13 e 27 daquele mês. “Através de imagens”, pontua o boletim, foi observado que a PM estava “sem lesões aparentes”, “dançando com calçado de salto alto” e exercendo “o cargo de musa da aludida banda”. Para a PM, adotar essa postura, ela demonstrou “má-fé e deslealdade à administração militar estadual”.
O boletim faz referência, ainda, a um episódio anterior, antes do tiro no pé. Em maio de 2016, a ex-agente chegou a ser considerada “incapaz definitivamente para o serviço policial militar”, por conta de uma “moléstia incurável” não especificada no texto. Pouco depois, ela voltou a ser considerada “apto categoria A”, quando não há qualquer restrição para o serviço. Na ocasião, a cabo apresentou um “laudo médico civil que atestava melhora em seu quadro clínico”, diz o documento, reforçando que ela “passou de incapaz definitivamente para apto categoria A em apenas 30 dias”.
A Polícia Militar informou, através de uma nota, que a “ex-policial foi licenciada a ex ofício” por não apresentar “conduta de acordo com as premissas da administração militar estadual, estando de licença médica em repetidos períodos, mas mantendo uma rotina de eventos sociais e exercícios físicos não condizentes com o quadro de saúde informado”. Andressa havia ingressado na corporação aos 21 anos, em 2010.
No perfil de uma rede social, na qual soma quase dois mil seguidores, há fotos de Andressa em eventos sociais, na praia, piscina ou academia. Ela se apresenta como bailarina e atleta. Há um único registro da mulher usando farda da corporação, no dia 7 de abril de 2020: “Eu não me limito a ser o resultado de tudo o que quis e conquistei, boa parte de mim é soma do que perdi”, filosofou.
O post mais recente é de quando a ex-agente completou 33 anos, um dia depois de ser expulsa da PM oficialmente. postagem mais recente é do último domingo, dia 13 de março, data em que ela completou 33 anos — um dia depois de a expulsão da PM ser oficializada. Andressa demonstrou pouco incômodo com a decisão da véspera: “A liberdade de poder aos 33 ser quem eu sou”, escreveu. E continuou: “Isso não tem preço, contracheque nenhum paga”.
A ex-cabo também alfinetou um recado aos críticos: “Aos meus perseguidores, printem, printem mais”!
