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Yellen defende pacote fiscal de Biden e fala em ‘agir com grandeza’ contra crise

O governo de Joe Biden terá maioria no Senado americano, mas com margem apertada: tem apenas o voto de Minerva da futura presidente da Casa

Redação Jornal de Brasília

19/01/2021 14h33

US President-elect Joe Biden speaks at the Queen Theater on January 6, 2021, in Wilmington, Delaware. – US Vice President Mike Pence, in defiance of President Donald Trump, said Wednesday that he will not intervene to stop the certification by Congress of Democrat Joe Biden’s election victory. (Photo by JIM WATSON / AFP)

A indicada pelo presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden para assumir a secretaria do Tesouro, Janet Yellen, defendeu o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão anunciado na semana passada pelo futuro líder da Casa Branca. “Os benefícios superam os riscos. Com juro baixo, o melhor a fazer é agir com grandeza”, declarou a indicada nesta terça-feira, durante sessão do Comitê de Finanças Senado americano que votará sua confirmação no cargo. “Economistas nem sempre concordam, mas há um consenso agora: sem mais ação fiscal, corremos risco de recessão prolongada. É preciso fazer mais para apoiar a economia americana”, afirmou.

O pacote fiscal de Biden – que ainda precisa ser apreciado pelo parlamento – multiplica benefícios concedidos à população afetada pela crise econômica trazida pelo novo coronavírus. Entre as propostas, está a expedição de um novo cheque de US$ 1 400 a cidadãos elegíveis, o que, somado aos US$ 600 já aprovados pelo Congresso, totalizaria US$ 2.000 para cada beneficiário do programa. Porém, como mostrou na sexta-feira o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o pacote deve ser enxugado pelos deputados e senadores.

Embora tenha defendido a aprovação do pacote fiscal de Biden, Janet Yellen reconheceu que, para aplicá-lo, será preciso aumentar o endividamento do país. “É essencial pôr o orçamento público em uma trajetória sustentável, mas é preciso oferecer apoio fiscal agora. Responsabilidade fiscal neste momento de crise é oferecer estímulo”, declarou. A dívida pública americana já bateu 130% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA e está em trajetória ascendente, como mostrou reportagem do Broadcast.

Em busca de sua aprovação para a secretaria do Tesouro, Yellen afirmou aos senadores que passou sua vida pensando “em como ajudar pessoas a superar tempos difíceis”. Ela foi presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de 2014 a 2018, antecedendo o atual dirigente da autoridade monetária, Jerome Powell. “Quero garantir que tenhamos uma economia competitiva, com bons empregos e salários. Temos de investir em infraestrutura e qualificação de mão de obra. Temos de reconstruir a economia americana, então contem comigo para um trabalho bipartidário”, afirmou, durante a sessão.

O governo de Joe Biden terá maioria no Senado americano, mas com margem apertada: tem apenas o voto de Minerva da futura presidente da Casa, a vice-presidente eleita Kamala Harris.

Yellen ainda defendeu a vacinação em massa contra a covid-19 “o quanto antes” como forma de recuperar plenamente a economia do país, e negou ter conflito de interesses para assumir a secretaria do Tesouro. O Senado ainda não votou sua indicação, mas a expectativa é que o nome seja aprovado no Congresso.

Estadão Conteúdo

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