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URGENTE: Hamas palestino rejeita plano de paz americano

“Hoje dizemos que rejeitamos esse plano. Não aceitaremos um substituto para Jerusalém como capital do Estado da Palestina”

Redação Jornal de Brasília

28/01/2020 16h50

O movimento islamita palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, rejeitou nesta terça-feira o plano de paz para o Oriente Médio apresentado em Washington pelo presidente americano Donald Trump e pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

“Hoje dizemos que rejeitamos esse plano. Não aceitaremos um substituto para Jerusalém como capital do Estado da Palestina”, disse à AFP Khalil al-Hayya, alto funcionário do movimento, em referência às declarações de Trump, cujo plano faz de Jerusalém a capital “indivisível” de Israel, enquanto abre caminho para um Estado palestino com Jerusalém Oriental como sua capital.

Plano de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira seu tão esperado plano para resolver o conflito entre israelenses e palestinos, alertando que pode representar a última chance de os palestinos alcançarem um Estado independente.

“Hoje Israel dá um grande passo em direção à paz”, disse Trump na Casa Branca, ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, revelando em detalhes uma proposta já enfaticamente rejeitada pelos palestinos.

“Minha visão apresenta uma oportunidade ganha-ganha para ambas as partes, uma solução realista de dois Estados que resolve o risco do Estado palestino para a segurança de Israel”, disse Trump.

O plano foi bem recebido pelo primeiro-ministro israelense, que considerou o lançamento da iniciativa um “dia histórico” para o Estado judeu.

Trump disse que seu plano prevê um congelamento de quatro anos no desenvolvimento de Israel na área destinada a um futuro Estado palestino.

Por outro lado, indicou que “Jerusalém continuará sendo a capital indivisível de Israel”, embora também tenha dito que seu plano fornece aos palestinos uma capital na Jerusalém Oriental ocupada, garantindo que a Cisjordânia não seria reduzida pela metade.

“Também trabalharemos para criar um território contíguo dentro do futuro Estado palestino, para quando as condições forem cumpridas para que seja um Estado, incluindo a firme rejeição ao terrorismo”, declarou Trump, que pediu aos palestinos que deem as costas ao movimento radical do Hamas.

Chamando sua proposta de “oportunidade histórica” para os palestinos terem um Estado independente, Trump disse que escreveu para o presidente palestino Mahmoud Abbas nesta terça-feira a fim de explicar o plano e obter seu apoio.

Nenhuma autoridade palestina esteve presente no lançamento da iniciativa na Casa Branca, embora houvesse embaixadores de três nações árabes: Omã, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

“Expliquei a (Abbas) que o território designado para seu novo Estado permanecerá aberto e não será desenvolvido por um período de quatro anos”, disse Trump. “Esta pode ser a última chance que eles terão”.

“Os palestinos estão na pobreza e na violência, explorados por aqueles que procuram usá-los como peões para promover o terrorismo e o extremismo”, ressaltou Trump.

“Eles merecem uma vida muito melhor”.

Por sua vez, Netanyahu comemorou que os Estados Unidos reconhecerão os assentamentos judaicos nos territórios palestinos como parte de Israel e que, de acordo com o plano, concederá soberania a Israel sobre o Vale do Jordão.

Em uma entrevista coletiva em Washington, o primeiro-ministro israelense também disse que os refugiados palestinos não terão o direito de retornar a Israel, dizendo que está disposto a entrar em acordo com os palestinos “sobre um caminho para um futuro Estado”, embora tenha imposto como condição o reconhecimento do “Estado judeu”

Agence France-Presse

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