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Suspender voos ao Reino Unido por ligação com Brasil é absurdo, diz ministro português

O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que já estão sendo feitos contatos com as autoridades do Reino Unido para reverter as restrições

Redação Jornal de Brasília

14/01/2021 20h39

Foto: Divulgação

GIULIANA MIRANDA
LISBOA, PORTUGAL

O governo de Portugal classificou como absurda a decisão, anunciada nesta quinta-feira (14), de interromper voos entre o país e o Reino Unido por conta da ligação dos lusitanos com o Brasil.

“É uma medida que nos surpreende muito negativamente porque nos parece absurda. Dizer que se tem de se suspender as ligações aéreas de Portugal para o Reino Unido porque Portugal tem ligações aéreas com o Brasil, é uma justificação que, com todo o respeito, não cabe”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em declarações à rádio TSF.

O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que já estão sendo feitos contatos com as autoridades do Reino Unido para reverter as restrições.

“Esperamos vivamente que estas decisões que nos parecem absurdas sejam revogadas o mais depressa possível”, completou.

Alegando preocupação com uma nova variante do coronavírus, os britânicos proibiram a entrada, a partir desta sexta-feira (15), de pessoas vindas do Brasil e de outras 15 localidades, a maioria na América do Sul.
Portugal foi o único país europeu incluído na lista, que tem ainda Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

O ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, justificou a decisão de proibir viagens oriundas de Portugal devido “às fortes ligações [portuguesas] ao Brasil”.

O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que as autoridades sanitárias de seu país ainda não identificaram nenhum caso da nova variante brasileira do coronavírus.

Augusto Santos Silva chamou a atenção também para o fato de que Portugal, no momento, só permite a entrada de brasileiros que tenham residência no país ou que viajem por motivos essenciais, como trabalho e estudo.

Além disso, destacou o ministro, também são exigidos testes negativos para a Covid-19 a quem viaja do Brasil.

Nas redes sociais, portugueses demonstraram revolta com a decisão britânica –há uma grande comunidade lusitana no Reino Unido.

Houve também quem criticasse a diplomacia portuguesa, lembrando que a vizinha Espanha, que tem fortes ligações com vários dos países da América do Sul abrangidos pelas restrições britânicas, não foi afetada pela decisão.

Após três semanas de crescimento acelerado dos casos de Covid-19 que deixaram o país com a quarta maior taxa de letalidade por milhão de habitantes da União Europeia, Portugal entra nesta sexta-feira (15) em um novo período de confinamento geral.

As informações são da FolhaPress

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