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Mundo

Socialista inicia diálogo por coalizão de governo em Portugal

O Partido Socialista se manteve como primeira força no Parlamento português, com 106 das 230 cadeiras, 20 a mais do que nas eleições de 2015

Marcus Eduardo Pereira

07/10/2019 22h17

O primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, que saiu das urnas como vencedor das eleições legislativas de domingo, poderá formar um novo governo minoritário, mas ainda deve buscar uma coalizão que garanta sua estabilidade em meio a um contexto de incerteza econômica.

O Partido Socialista se manteve como primeira força no Parlamento português, com 106 das 230 cadeiras, 20 a mais do que nas eleições de 2015. Mas Costa está muito abaixo da maioria de 116 cadeiras e deverá negociar com pelo menos um dos partidos da esquerda antiliberal. Ex-prefeito de Lisboa, Costa prometeu que tentará “renovar” sua aliança com o Bloco de Esquerda (esquerda radical) e os comunistas.

O problema foi o desempenho dos parceiros de coalizão. O Bloco de Esquerda, porém, manteve as mesmas 19 cadeiras e os comunistas perderam terreno (tinha 17 deputados e agora, 12). Mas, diferentemente do que ocorreu em 2015, quando Costa precisou do apoio dos dois grupos, agora bastaria um para formar um governo.

O socialista também pode recorrer a outros aliados, como o partido PAN, que passou de um a quatro deputados, e o Livre (ecologistas) que elegeu uma deputada. Outra hipótese seria a de Costa não fechar acordo com nenhum partido e negociar apoios pontuais antes de cada votação.

Pelo fato de seu partido ser mais forte que o conjunto da direita (que obteve 84 cadeiras), para Costa bastaria a abstenção do restante da esquerda no Parlamento. Mas essa fórmula é a mais arriscada de todas. Para o economista João Duque, apesar de Costa ter saído com mais força das eleições, “a incerteza é maior do que antes”. “Tudo dependerá da evolução da economia, que se enfraquece globalmente”, disse o cientista político Antonio Costa Pinto.

“Se a situação econômica se deteriorar, ele terá dificuldades para obter apoio de outros partidos (de esquerda), já que ninguém quer colaborar quando se trata de aprovar medidas difíceis”, disse António Barroso, analista do Instituto Teneo.

O Bloco de Esquerda e os comunistas – que fizeram parte da coalizão anterior – agora exigem um novo aumento do salário mínimo ou mais investimentos nos serviços públicos, o que pode agravar as contas públicas. “Os próximos anos não serão fáceis”, advertiu o presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa, que encarregará Costa de formar um governo.

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