O avião da empresa boliviana Mérida International Airline Aviation (Lamia), que caiu com a delegação da Chapecoense na madrugada desta terça-feira (29), foi usado para levar a Seleção da Argentina para ir de Buenos Aires a Belo Horizonte e depois voltar à capital argentina nas duas últimas rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas. A informação é do jornal Clarín.
O Avro Regional Jet 85, registro CP-2933, foi fretado pela Associação Argentina de Futebol (AFA) e transportou para o Brasil, entre outros, os jogadores Emmanuel Mas e Fernando Belluschi (San Lorenzo), Marcos Acuña (Racing), Nahuel Guzman e Guido Pizarro (do Tigres-MÉX), Angel Correa (Atlético de Madrid-ESP) e Ezequiel Lavezzi (Hebei-CHI). O restante do grupo veio em diversos voos da Europa e juntou-se a eles em Belo Horizonte. Na volta, todos os jogadores regressaram na aeronave, entre eles o astro Lionel Messi.
O grupo, no entanto, não usou o avião boliviano para ir de Buenos Aires a San Juan, no dia 14 de novembro, para disputar o jogo com a Colômbia, preferindo uma aeronave da empresa local Andes, geralmente fretada da AFA para se deslocar pela Argentina. O voo entre as cidades portenhas enfrentou forte turbulência, por causa do vento Zonda, e vários jogadores, incluindo Messi, passaram mal na viagem.
O Clarín ouviu fontes da AFA sobre o avião da Lamia. As críticas foram intensas. A aeronave foi descrita como “apertada e muito precária” e não estaria “à altura da seleção argentina”. O avião se “movia muito, com barulho por todos os lados, problemas de espaço entre as poltronas e pouco espaço nos compartimentos de bagagem de mão”.
A Lamia é uma empresa de origem venezuelana, hoje com capital boliviano, e suas aeronaves são arrendadas por federações e clubes de futebol sul-americano. Embora o pessoal da AFA elogiasse a cordialidade da tripulação boliviana, destacaram que havia improvisação ao lidar com os passageiros.
“No caminho de volta de Belo Horizonte, às 3h, entre o tédio pela derrota e o cansaço, queríamos dormir. E o comissário, além de uma saudação que demorou muito tempo, deu as instruções de segurança em espanhol e inglês, mesmo sabendo que a delegação que transportava não precisava das duas línguas. Foi preciso que um dos membros da comissão técnica se aproximasse dele e pedisse para não continuar com a mensagem, que não era necessário “, disse uma fonte ao Clarín.