Restos de vítimas do avião militar que caiu no mar no extremo sul do continente americano – com 38 pessoas a bordo – chegaram nesta sexta-feira (13) a uma base aérea em Punta Arenas, 3.000 km ao sul de Santiago.
Os restos chegaram em um avião Hércules C-130 – semelhante ao acidente de segunda-feira – na base aérea de Chabunco, dentro de caixões especiais e foram imediatamente recolhidos por uma van do Serviço Médico Legal (SML).
Entre as peças transportadas também havia rodas, caixas pretas e um objeto branco.
Mais cedo, 39 parentes de 11 vítimas chegaram a este mesmo lugar de Santiago em um avião da Boeing da Força Aérea Chilena. O aparelho aterrissou na pista da base militar, longe do terminal onde costumam chegar as aeronaves.
Desse local, foram apanhados por dois ônibus que os transferiram para o interior da base militar, onde se encontrarão com o general Cristian Pizarro. Ele é o encarregado do trabalho de busca de um avião danificado, que caiu no mar na segunda-feira à tarde quando estava indo rumo à Antártica.
Outros parentes que já estavam em Punta Arenas também chegaram à base para participar da reunião sobre o acidente, no qual morreram 21 membros da tripulação e 17 passageiros de um avião FACH Hercules C-130, com destino à base Eduardo Frei na Antártida.
A aeronave desapareceu a cerca de 700 km ao sul de Punta Arenas.
– Primeiras linhas de investigação –
Ao confirmar na quinta-feira a descoberta de restos humanos, a Força Aérea do Chile também disse que não descartou nenhuma hipótese sobre as causas do acidente e que investigará um áudio de WhatsApp enviado por um passageiro para sua família. Na gravação, ele diz que teria percebido falhas elétricas na aeronave.
O áudio – cujo conteúdo não foi divulgado para a imprensa, mas cuja existência foi confirmada pela FACH – faz parte da investigação do acidentes, como confirmado pelo comandante-geral da instituição, Arturo Merino.
Questionado sobre falhas elétricas encontradas em aviões similares nos Estados Unidos, Merino disse que, após o alerta emitido pelas autoridades americanas, todos os aviões chilenos foram submetidos à revisão.
“A ordem de parada chegou até nós este ano e se decretou imediatamente que a frota do C-130 permanecesse em terra até a inspeção ser concluída, o que foi feito com todos os C-130s, passando na inspeção sem nenhuma observação”, declarou Merino.
A FACH também assegurou antecipadamente que a aeronave tinha a manutenção atualizada e que, para esta última viagem, os protocolos foram cumpridos.
O avião não emitiu nenhum sinal de emergência pouco antes de desaparecer.
Após quatro dias de início das tarefas de busca, as autoridades militares informaram na quinta-feira sobre a descoberta de restos da aeronave e também de corpos.
O acidente marca uma nova tragédia para a Força Aérea do Chile, que em 2011 sofreu a queda de outra aeronave militar – com 21 pessoas a bordo – quando se dirigia para a ilha chilena Robinson Crusoe, no meio do Pacífico.
Agence France-Presse