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Recuperado, Johnson retoma comando da gestão contra COVID-19 sob pressão

“Acredito que chegamos agora ao final da primeira fase deste conflito e estamos perto do êxito”, afirmou o primeiro-ministro britânico

Redação Jornal de Brasília

27/04/2020 9h02

Britain’s Prime Minister Boris Johnson reacts as he watches Chinese Lions perform, as he hosts a Chinese New Year reception at 10 Downing Street in central London on January 24, 2020. (Photo by Ben STANSALL / AFP)

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recuperado da COVID-19, retomou nesta segunda-feira (27) o comando do governo e da controversa gestão do combate à pandemia de coronavírus, com a declaração de que o país “começou a inverter a tendência”, mas deve prosseguir com o confinamento.

“Graças a nossa determinação nacional coletiva, estamos a ponto de alcançar a primeira missão clara: evitar que nosso Serviço Nacional de Saúde seja sobrecarregado de uma maneira que, tragicamente, observamos em outros lugares. E foi assim que começamos a inverter a tendência”, afirmou em sua primeira aparição pública desde que saiu do hospital em 12 de abril.

“Acredito que chegamos agora ao final da primeira fase deste conflito e estamos perto do êxito”, completou diante das câmeras de televisão posicionadas às pressas diante da residência de Downing Street, depois que o governo anunciou uma declaração inesperada do primeiro-ministro.

Johnson advertiu, porém, para o “risco de um segundo pico” da epidemia, caso as medidas sejam flexibilizadas de maneira muito rápida, ou brusca. Ele pediu ao país para “conter a impaciência”.

No momento, afirmou que não está em condições de especificar “com que rapidez, ou lentidão, ou mesmo quando” serão suspensas as medidas de confinamento impostas em 23 de março e que devem prosseguir até pelo menos 7 de maio.

Duras críticas 

O chefe de Governo conservador, de 55 anos, que passou dez dias doente em sua residência oficial e depois uma semana em um hospital londrino, incluindo alguns dias na UTI, passou o período de recuperação em Chequers, residência de campo dos primeiros-ministros britânicos.

Ao mesmo tempo, o governo sofre duras críticas da imprensa e da oposição pela gestão da crise de saúde.

Com 20.732 mortes registradas nos hospitais, o Reino Unido está entre os países europeus mais afetados. Mas o balanço real é ainda maior caso sejam adicionados os óbitos que aconteceram em casas de repouso e que não entram na contabilidade oficial.

De acordo com representantes dos estabelecimentos, milhares de idosos faleceram nestas instituições.

No domingo, no entanto, as autoridades anunciaram 413 mortes nas últimas 24 horas, o menor balanço no país desde 31 de março.

Na semana passada, para antecipar seu retorno ao comando do governo, Johnson conversou por telefone com o presidente americano, Donald Trump, e com a rainha Elizabeth II.

“Impaciente” por um encontro com o chefe de Governo, o novo líder do opositor Partido Trabalhista, Keir Starmer, enviou uma carta a Johnson, na qual reiterou as críticas.

A pior recessão em “séculos” 

Starmer aponta o que considera graves erros e considera que o governo foi muito lento, tanto para decidir e, depois, revisar o confinamento quanto na realização de testes e fornecimento de equipamentos de proteção aos profissionais da saúde e a centros como as residências para pessoas da terceira idade.

Londres anunciou que planeja, assim que o número de casos de contágio diminuir significativamente, lançar um aplicativo para rastrear os contatos das pessoas que estão doentes, ou com sintomas e, assim, evitar uma nova onda da epidemia.

Na área econômica, o Banco da Inglaterra alertou que o país enfrentará a pior recessão “em séculos”.

Reiterando sem cessar que toma suas decisões de acordo com os conselhos de especialistas, o Executivo se viu envolvido no sábado em uma polêmica pela presença de Dominic Cummings, um conselheiro polêmico de Johnson, em várias reuniões do comitê científico que aconselha o governo.

Apesar de Downing Street destacar que os conselheiros políticos não têm nenhum papel ativo no comitê, a oposição trabalhista afirma que a questão provoca a desconfiança dos britânicos sobre a independência da equipe científica.

© Agence France-Presse

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