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Quarenta marinheiros desaparecidos após naufrágio perto do Japão

Um filipino de 30 anos foi encontrado com vida a bordo de um pequeno bote inflável nesta sexta-feira perto de Kodakarajima, uma ilha minúscula do sudoeste do Japão

Redação Jornal de Brasília

04/09/2020 10h46

A Guarda Costeira do Japão confirmou nesta sexta-feira (4) que encontrou um segundo sobrevivente no oceano, dois dias após o naufrágio de um cargueiro no Mar de China Oriental com 43 tripulantes a bordo e quase 6.000 vacas.

Um filipino de 30 anos foi encontrado com vida a bordo de um pequeno bote inflável nesta sexta-feira perto de Kodakarajima, uma ilha minúscula do sudoeste do Japão.

O homem está bem, de acordo com a Guarda Costeira. Outro tripulante foi encontrado inconsciente algumas horas antes, mas faleceu.

Até o momento apenas um homem havia sido encontrado com vida, um oficial filipino de 45 anos, que flutuava no mar agitado usando um colete salva-vidas de cor laranja.

O “Gulf Livestock 1” transportava 5.800 vacas da Nova Zelândia a um porto chinês quando foi atingido por uma tempestade provocada pelo tufão Maysak no Mar da China Oriental.

De acordo com o depoimento do filipino resgatado, o cargueiro naufragou na madrugada de quarta-feira ao ser atingido por uma forte onda quando um dos motores parou de funcionar.

A embarcação, que estavam a 185 km da ilha japonesa Amami Oshima, emitiu um pedido de socorro.

Os demais integrantes da tripulação, integrada por 39 filipinos, dois australianos e dois neozelandeses, permanecem desaparecidos.

De acordo com um relatório de 2019 das autoridades australianas, o “Gulf Livestock 1” teve uma falha de motor no ano passado que o deixou paralisado no mar durante 25 horas.

O ministério neozelandês de Indústrias Primárias anunciou na quinta-feira a suspensão temporária das exportações de gado vivo, enquanto o naufrágio é investigado.

Tufão se aproxima

Fredelyne Sanchez, irmã do capitão filipino do navio que continua desaparecido, afirmou à AFP que ele enviou várias mensagens à namorada antes da tragédia, explicando que não conseguiam fazer um motor funcionar.

“As ondas cresceram e a água começou a entrar no navio”, declarou Sanchez, explicando que o capitão enviou fotografias da sala de máquinas inundada.

As operações de busca de eventuais sobreviventes prosseguem nesta sexta-feira com a ajuda de quatro embarcações da Guarda Costeira, um avião do ministério da Defesa e mergulhadores especializados em operações resgate.

Na quarta-feira, um bote inflável foi observado de um avião, mas nenhuma equipe conseguiu se aproximar. A Guarda Costeira informou nesta sexta-feira que encontrou no mar um colete salva-vidas e uma vaca morta.

A aproximação do tufão Haishen ameaça provocar a suspensão das buscas, cada vez mais desesperadas.

Procedente do sul, o Haishen deve passar pela cadeia de ilhas japonesas na região de Okinawa e seguir até a grande ilha de Kyushu (sudoeste do país) entre sábado e segunda-feira.

O governo divulgou um alerta aos moradores das regiões afetadas, com pedidos para que sigam rapidamente até os refúgios previstos e obedeçam as recomendações das autoridades locais.

“Em uma área que deve ser afetada pelo tufão, nós tememos chuvas recordes, tempestades, ondas altas e inundações”, afirmou o porta-voz do governo, Yoshihide Suga.

Várias represas no oeste do Japão começaram a liberar água como precaução para evitar transbordamentos em casos de chuvas fortes. Um sistema de alerta rápido foi ativado para a população, acrescentou Suga.

A região de Kyushu foi muito afetada pelas chuvas e inundações de julho, que deixaram mais de 80 mortos e desaparecidos.

© Agence France-Presse

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