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Profissionais do sexo protestam contra violência policial na Argentina

Maioria do coletivo trans que protestou nas portas do Ministério da Justiça denunciando que as trabalhadoras do sexo são vítimas de “prisões arbitrárias”

Redação Jornal de Brasília

22/09/2020 7h28

Profissionais do sexo foram às ruas nesta segunda-feira (21) na capital argentina, Buenos Aires, para denunciar a violência policial e exigir a reabertura dos motéis, uma das atividades afetadas pelas restrições impostas para conter a pandemia.

“Queremos trabalhar!”, gritaram dezenas de manifestantes, a maioria do coletivo trans que protestou nas portas do Ministério da Justiça denunciando que as trabalhadoras do sexo são vítimas de “prisões arbitrárias”.

Em nota, a Associação de Mulheres Meretrizes Argentinas (AMMAR) explicou que “a crise econômica e a falta de apoio do Estado levaram muitas profissionais do sexo a oferecer serviços sexuais nas vias públicas”, o que as expõe à prisão.

“O setor foi drasticamente afetado porque não tem possibilidade de gerar renda e hoje está em situação de extrema vulnerabilidade”, argumentou o coletivo.

A Argentina está sob medidas sanitárias que restringem grande parte das atividades desde 20 de março. O país sul-americano já acumulou mais de 600 mil casos confirmados e cerca de 13 mil mortes.

“As profissionais do sexo que decidem oferecer serviços para enfrentar a crise econômica se veem sob o risco de operações policiais com atos ilícitos e detenções arbitrárias”, denunciou a AMMAR.

“O fechamento de albergues temporários (motéis) também nos expõe a uma vulnerabilidade maior por termos que trabalhar em residências particulares”, explicaram.

A organização criou um fundo nacional de emergência, mas os pedidos de auxílio ultrapassaram a capacidade de ajuda. “Em Constitución (um bairro de Buenos Aires), por exemplo, 90% das profissionais do sexo vivem em hotéis familiares e mais de 200 estão devendo o aluguel desde o início da quarentena”, disseram.

Na Argentina, a lei não condena quem realiza trabalho sexual, embora penalize a promoção ou exploração do trabalho sexual de outra pessoa.

© Agence France-Presse

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