Menu
Mundo

Papa defende fraternidade e pede vacinas para todos

“Que o Filho de Deus renove nos líderes políticos e governamentais um espírito de cooperação internacional, começando pela saúde, para que todos tenham acesso a vacinas e tratamento”, disse

Redação Jornal de Brasília

25/12/2020 11h13

O papa Francisco insistiu nesta sexta-feira em sua tradicional mensagem de Natal na “necessidade de fraternidade” no mundo em um período de pandemia e pediu “acesso a vacinas e tratamento” para todos contra o coronavírus.

“Que o Filho de Deus renove nos líderes políticos e governamentais um espírito de cooperação internacional, começando pela saúde, para que todos tenham acesso a vacinas e tratamento”, disse Francisco durante a mensagem anual “Urbi et Orbi” (À cidade e ao mundo).

“Neste momento da história, marcado pela crise ecológica e pelos graves desequilíbrios econômicos e sociais, agravados pela pandemia do coronavírus, precisamos mais do que nunca da fraternidade”, declarou o pontífice.

Francisco defendeu uma fraternidade concreta, além da família, etnia, religião, língua ou cultura. “E isto é válido também para as relações entre os povos e as nações”, insistiu Jorge Bergoglio.

O apelo por solidariedade se aplica “especialmente às pessoas mais frágeis, os enfermos e todos aqueles que neste momento estão sem trabalho ou em graves dificuldades pelas consequências econômicas da pandemia, assim como às mulheres que nestes meses de confinamento sofreram violência doméstica”.

O sonho de fraternidade diante das desigualdades socioeconômicas, frequentemente oposto ao “dogma neoliberal”, representa um tema crucial nos quase oito anos do pontificado de Francisco. E esteve presente sobretudo em seus discursos desde o início da pandemia covid-19, em particular com a publicação, em outubro, de uma extensa alegação neste sentido, a encíclica “Fratelli tutti” (Todos os Irmãos).

Na mensagem, o papa também falou sobre as crianças que pagam o elevado preço da guerra, especialmente no Oriente Médio.

Em seu tradicional panorama dos conflitos do planeta, seguido da bênção “Urbi et Orbi”, o pontífice insistiu na esperança de que o Natal seja o “momento propício para dissolver as tensões em todo Oriente Médio e no Mediterrâneo oriental”.

“Voltamos os nossos olhares a tantas crianças que em todo o mundo, especialmente na Síria, Iraque e Iêmen, ainda estão pagando o alto preço da guerra”, disse.

“Que seus rostos comovam a consciência das pessoas de boa vontade, de modo que as causas dos conflitos possam ser abordadas e se trabalhe com coragem para construir um futuro de paz”, acrescentou.

O papa anunciou recentemente a intenção de viajar ao Iraque em março, a sua primeira viagem ao exterior desde o início da pandemia.

Na mensagem de Natal, Francisco também fez referência a suas reflexões sobre os difíceis reencontros familiares, para ele uma ocasião para engrandecer sua importância.

“Meu pensamento se dirige neste momento às famílias: as que não podem se reunir hoje, assim como as que se veem obrigadas a ficar em casa”, afirmou em sua mensagem.

“Que o Natal seja para todos uma oportunidade para redescobrir a família como berço da vida e da fé; um lugar de amor que acolhe, de diálogo, de perdão, de solidariedade fraterna e de alegria compartilhada, fonte de paz para toda a humanidade”, completou, antes de finalizar com o desejo “a todos de um Feliz Natal!”.

Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado