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Mundo

Países que conseguiram conter o coronavírus articulam aliança para alavancar a economia

O objetivo é impulsionar o turismo, um dos setores mais atingidos em todo o mundo pela pandemia, limitando o risco de propagação do vírus

Redação Jornal de Brasília

06/05/2020 13h12

Passengers wear facemasks as they arrive at the Wuhan Wuchang Railway Station in Wuhan, early on April 8, 2020, to leave the city in China’s central Hubei province. – Thousands of Chinese travellers flocked to catch trains leaving coronavirus-ravaged Wuhan early April 8, as authorities lifted a more than two-month ban on outbound travel from the city where the global pandemic first emerged. (Photo by NOEL CELIS / AFP)

Um grupo de sete países relativamente bem sucedidos na contenção da pandemia do coronavírus decidiu unir esforços para tirar suas economias do marasmo, depois de mais de um mês de quarentena e paralisação quase total das atividades.

Liderado pela Áustria, um dos primeiros países da Europa a iniciar a reabertura, o grupo inclui Dinamarca, República Checa, Grécia, Austrália, Nova Zelândia e Israel, e poderá levar à reabertura de fronteiras entre seus integrantes já nas próximas semanas. O objetivo é impulsionar o turismo, um dos setores mais atingidos em todo o mundo pela pandemia, limitando o risco de propagação do vírus, e o comércio entre os participantes do grupo.

“Nossas nações reagiram logo, de forma contundente, e agora estão em outro patamar”, afirmou o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, na semana passada, após a primeira reunião virtual entre os primeiros-ministros dos sete países da aliança, segundo reportagem publicada pelo Wall Street Journal. A Alemanha, que anunciou a extensão das restrições ao turismo até meados de junho, também foi convidada a participar da reunião, de acordo com o Journal, mas declinou.

Para dar sequência à iniciativa, novos encontros deverão ocorrer a cada 15 dias por meio de videoconferência. Como primeiro passo, os integrantes do acordo pretendem harmonizar as políticas de prevenção do contágio, como o uso obrigatório de máscaras e a realização de testes, para evitar um recrudescimento da pandemia. A ideia é evitar a repetição de casos como os do Japão e de Cingapura, que haviam alcançado relativo sucesso no controle do coronavírus e depois viram o número de contaminados subir novamente, com o relaxamento da quarentena.

‘Aeroporto limpo’

Na semana passada, a Áustria anunciou que a partir desta segunda-feira, 4, o aeroporto de Viena passaria a oferecer testes de covid-19, ao custo de 190 euros (R$ 1.193, pelo câmbio turismo) e obtenção de resultados em três horas, para que aos viajantes livres do vírus possam evitar a quarentena obrigatória de duas semanas imposta aos que chegam ao país.

Segundo o jornal Times of Israel, a medida foi implementada a partir de uma sugestão feita por Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro israelense, numa videoconferência com sete líderes europeus realizada no início de abril. Na ocasião, ele sugeriu a criação de “hubs aéreos seguros” na Europa, para reduzir os efeitos negativos causados pelas restrições ao turismo.

“Nós podemos designar aeroportos para nós e dizer ‘este aeroporto está limpo’”, disse Netanyahu na época, de acordo com a publicação. “Nós nos esforçamos de forma constante para mantê-lo limpo. Esfregamos, desinfetamos, toda hora, 24 horas por dia. Nós também realizamos testes com as pessoas que trabalham lá o tempo todo.”

‘Critério único’

Na Europa, porém, já surgiram críticas à aliança articulada pelo primeiro-ministro austríaco. Como quatro dos países do grupo são membros da União Europeia, onde as fronteiras estão fechadas até para quem está dentro do bloco, algumas autoridades temem que a iniciativa possa prejudicar a proposta de reabertura a ser adotada em toda a região.

“Nós precisamos adotar um critério único na Europa para restaurar a liberdade de movimentação”, afirmou o ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, numa entrevista publicada no site do ministério. “Uma disputa europeia entre quem libera o turismo primeiro vai levar a riscos injustificáveis.”

Embora a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, tenha saído em defesa da aliança, é possível que as divergências sobre a questão na União Europeia acabem fazendo com que as viagens entre a Grécia e Israel ou entre a República Tcheca e a Nova Zelândia do que as movimentações entre países do bloco. De qualquer forma, trata-se de uma iniciativa criativa para a retomada, que tenta minimizar os riscos de uma segunda onda de contágio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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