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Mundo

Pai diz que homem negro baleado pelas costas está algemado ao leito de hospital

Para o governador do estado, o democrata Tony Evers, as algemas são desnecessárias

Redação Jornal de Brasília

28/08/2020 15h27

Victor Lacombe
São Paulo, SP

Jacob Blake, o homem negro que foi baleado pelas costas por um policial branco em Kenosha, no estado americano de Wisconsin, está algemado ao leito do hospital –apesar ter ficado paralisado da cintura para baixo após a abordagem.

“Ele não pode ir a lugar nenhum”, disse nesta quinta (27) o pai dele, também chamado Jacob Blake. “Por que é preciso algemá-lo?”

Segundo o advogado da família, será preciso “um milagre” para que Blake volte a andar.

Para o governador do estado, o democrata Tony Evers, as algemas são desnecessárias. “Ele já pagou um preço terrível, tendo sido baleado sete ou oito vezes pelas costas.”

De acordo com a BBC, a polícia diz que Blake está preso por acusações anteriores contra ele e que as algemas são praxe nessas situações.

“Nossa política diz que todas as pessoas presas fora da delegacia devem ser algemadas”, disse Eric Klinkhammer, do departamento de polícia de Kenosha.

A União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês), conhecida entidade de defesa dos direitos humanos nos EUA, pediu a renúncia do chefe de polícia da cidade, acusando-o de defender a “supremacia branca” e demonizar “manifestantes que foram mortos exercendo seus direitos”.

Duas pessoas foram mortas e uma terceira ficou ferida por um adolescente branco na última quarta (26), terceira noite dos protestos na cidade contra a abordagem policial que feriu Blake.

Kyle Rittenhouse, 17, que carregava um fuzil, passou horas andando pelas ruas com a arma e chegou a conversar com jornalistas antes de efetuar os disparos.

O adolescente se entregou à polícia e foi acusado de seis crimes, inclusive homicídio em primeiro grau, equivalente ao homicídio doloso no Brasil, quando há intenção de matar.

O caso de Blake deu início a uma série de protestos antirracistas e contra a violência policial em Kenosha e em outras cidades dos EUA, meses depois da onda de manifestações disparadas pelo assassinato de George Floyd –homem negro asfixiado por policial branco em Minneapolis em maio.

As informações são da FolhaPress

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