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Mundo

OMS: Tedros cita ‘catástrofe moral’ por desiguldades na distribuição de vacinas

Quase 40 milhões de doses foram aplicadas em nações desenvolvidas, enquanto apenas 25 foram distribuídas em apenas um país pobre

Redação Jornal de Brasília

18/01/2021 8h54

Foto: Fabrice Coffrini/AFP

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, instou a comunidade internacional a tomar ações para garantir uma distribuição mais equitativa das vacinas contra o coronavírus e disse que o mundo está “à beira de uma catástrofe moral” em meio ao processo desigual de imunização.

“Não apenas essa abordagem do ‘eu primeiro’ deixa os mais pobres e vulneráveis em risco, mas também é autodestrutível”, afirmou, na abertura da reunião anual do Conselho Executivo da entidade. “Essas medidas vão somente prolongar a pandemia”, acrescentou.

Tedros comentou que, até o momento, quase 40 milhões de doses foram aplicadas em nações desenvolvidas, enquanto apenas 25 foram distribuídas em apenas um país pobre. “A emergência recente de novas variantes mais contagiosas torna a rápida e equitativa distribuição das vacinas ainda mais importantes”, ressaltou.

O líder da OMS também revelou que a iniciativa Covax, que visa acelerar a imunização global, deve começar a entregar as primeiras doses em fevereiro e buscará entregar mais 2 bilhões em todo o planeta. “Alguns países e empresas continuam priorizando acordos bilaterais, contornando a Covax, impulsionando os preços e tentando furar a fila”, criticou.

Segundo ele, 44 acordos desse tipo foram firmados no ano passado e 12 em 2021 até agora. “Essa situação é agravada pelo fato de que a maior parte das fabricantes priorizou aprovação regulatória nos países onde os lucros são maiores, ao invés de destinar as doses para a OMS. Isso pode atrasar as entregas da Covax e criar o cenário que para a qual ela foi criada a evitar: desordem, mercado caótico, resposta não coordenada e contínuos problemas sociais e econômicos”, ressaltou.

O diretor-geral da Organização pediu aos produtores que deixem os países compartilharem doses das vacinas e exortou governos a apenas usarem imunizantes que cumpram “rigorosos” critérios internacionais de segurança e eficácia. “Meu desafio para todos os Estados membros é garantir que, quando o dia mundial da saúde chegar, em dezembro, as vacinas para a covid-19 já estejam sendo aplicadas em todos os países”, pontuou.

Estadão Conteúdo

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