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Kamala Harris: “Temos muito trabalho pela frente. Vamos começar”

Primeira mulher a ocupar a vice-presidência dos EUA, Kamala também usou o Twitter para dar primeiras declarações após vitória

Redação Jornal de Brasília

07/11/2020 14h32

Negra, descendente de asiáticos e primeira mulher a ocupar a vice-presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris usou o Twitter para fazer declarações primárias após agências de notícias apontarem a vitória de Joe Biden nas eleições estadunidenses. “Temos muito trabalho pela frente. Vamos começar”, declarou Kamala.

“Esta eleição envolve muito mais do que Joe Biden ou eu. É sobre a alma da América e nossa disposição de lutar por ela. Temos muito trabalho pela frente. Vamos começar”, disse.

Joe Biden abriu o laptop sobre a mesa de seu escritório e fez uma chamada de vídeo. Do outro lado, uma voz disse “olá” quatro vezes -como se quisesse ter certeza de que estava sendo ouvida. “Pronta para ir ao trabalho?”, perguntou o então candidato do Partido Democrata à Casa Branca. “Ai, meu Deus, estou muito pronta para ir ao trabalho”, respondeu Kamala Harris.

Biden convidou a senadora pela Califórnia para ser sua companheira de chapa em 11 de agosto. Kamala era considerada por assessores próximos ao democrata a escolha mais óbvia entre as várias políticas negras que foram cotadas e entrevistadas para ocupar a vaga. O ex-vice de Barack Obama havia deixado claro, ainda em março, que escolheria uma mulher para a chapa, e os protestos antirracismo que tomaram o país após o assassinato de George Floyd fizeram com que a representação da população negra no posto a seu lado se tornasse imperativa.

Aos 56 anos, Kamala é senadora desde 2017, foi procuradora na Califórnia de 2004 a 2011 e concorreu pela nomeação democrata à Presidência dos EUA, inclusive contra Biden. Nasceu em Oakland, na Califórnia, uma das cidades mais perigosas dos EUA. Filha de imigrantes, decidiu fazer direito e graduou-se na Universidade Howard, em Washington, a mais prestigiosa entre as instituições de ensino superior dedicadas a estudantes negros nos EUA.

“Fui criada para entrar em ação”, diz Kamala em um dos vídeos de campanha. Trabalhou no escritório do procurador-geral de San Francisco e, em 2004, foi eleita procuradora-geral da cidade. Seis anos depois, venceu a disputa para o cargo de procuradora-geral no estado da Califórnia.

Apesar de se definir como progressista, sua ação como procuradora é criticada por analistas e movimentos à esquerda, sob o argumento de que, quando pressionada a adotar reformas no sistema criminal, não agiu de forma assertiva.

Entre temas importantes no debate progressista, como pena de morte e liberação do uso recreativo da maconha, Kamala também teve postura considerada controversa pelo campo da esquerda. Em seu primeiro mandato como senadora, ela se tornou a mais conhecida entre as mulheres negras na política americana. Caminhou à esquerda, adotando posições duras contra Trump e bandeiras que envolvem a reforma da polícia, mas também acenou ao centro, com propostas de corte de impostos da classe média.

Antes mesmo de assumir a cadeira de vice, Kamala já era cotada para ser a próxima candidata democrata à Presidência dos EUA, em 2024, visto que Biden tem se colocado como um líder de transição –ele terá 82 anos no fim do período de seu mandato e será o presidente mais velho a tomar posse, em janeiro.

Kamala deve ser também uma peça importante na relação entre Brasil e EUA. No ano passado, defendeu que os americanos suspendessem negociações comerciais com os brasileiros pela falta de compromisso do presidente Jair Bolsonaro com a Amazônia. “Enquanto a Amazônia queima, o presidente do Brasil, como Trump, que permitiu que madeireiros e mineradores destruíssem a terra, não está agindo”, escreveu Kamala no Twitter. “Trump não deve buscar um acordo comercial com o Brasil até que Bolsonaro reverta sua política catastrófica e resolva os incêndios. Precisamos de liderança americana para salvar nosso planeta.”

Com informações da Folhapress

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