Juan Guaidó, líder de oposição venezuelana, afirmou, nessa terça-feira (2), que “nunca” haverá um bom momento para negociar com o presidente Nicolás Maduro, descartando uma nova rodada de conversas para pôr fim à crise política do país.
Em maio, os dois políticos enviaram representantes para Oslo, com o objetivo de concretizar discussões incentivadas pelo governo da Noruega, mas as partes não conseguiram chegar a qualquer tipo de acordo.
No sábado (29), pessoas familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que as negociações seriam reiniciadas nesta semana. Já de acordo com Guaidó, não havia “anúncio oficial de que ele compareceria a uma nova rodada” de diálogo.
“Nunca será um bom momento para a mediação… com sequestradores, violadores de direitos humanos, e com uma ditadura”, disse Guaidó a jornalistas na Assembleia Nacional, controlada pela oposição e dirigida por ele.
Poucos detalhes foram revelados sobre as negociações de Oslo entre os representantes de Maduro e Guaidó, que se autoproclamou presidente interino e denuncia Maduro como um usurpador ilegítimo que provocou recessão nos últimos cinco anos.
Os comentários de Guaidó ocorrem quando a oposição expressa indignação diante da morte, na semana passada, do capitão da Marinha Rafael Acosta, enquanto estava detido em custódia militar. A esposa do capitão e grupos de direitos humanos acusam o governo Maduro de torturar Acosta e de se recusar a esclarecer as circunstâncias da morte.
O procurador-chefe da Venezuela acusou, na segunda-feira (1º), dois oficiais de Inteligência de homicídio em conexão com a morte de Acosta, sem explicar como ele teria sido morto.