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EUA: ex-secretários de Defesa dizem que eleição acabou e pedem transição pacífica

Nas últimas semanas, o presidente Donald Trump promoveu mudanças na estrutura do Pentágono, colocando aliados em posições cruciais

Redação Jornal de Brasília

04/01/2021 12h39

Republican presidential candidate Donald Trump gestures and declares “You’re fired!” at a campaign rally in Manchester, New Hampshire, in this file photo taken June 17, 2015. New York City is reviewing its contracts with Donald Trump following comments by the developer and U.S. presidential candidate insulting Mexicans, Mayor Bill de Blasio said on Wednesday. REUTERS/Dominick Reuter/Files

Dez ex-secretários de Defesa dos EUA, de governos democratas e republicanos, defenderam, em artigo publicado neste domingo pelo Washington Post, que as Forças Armadas não devem participar da cruzada mantida por Donald Trump para reverter a derrota nas urnas em novembro. Mais que isso: são categóricos ao afirmar que “o momento de questionar os resultados já passou”. “Nossas eleições ocorreram. Recontagens e auditorias foram realizadas. Questionamentos apropriados foram analisados pelos tribunais. Governadores certificaram os resultados. E o Colégio Eleitoral já votou”, afirma o texto.

O grupo inclui nomes como Dick Cheney, ex-vice-presidente, Donald Rumsfeld, que ocupou a pasta nos governos de George W. Bush e de Jimmy Carter, além de dois secretários que comandaram o Pentágono durante o governo Trump: James Mattis e Mark Esper. No texto, eles deixam clara a importância de uma transferência de poder pacífica na história do país.

“Elas (transferências de poder) ocorrem por vezes em tempos de incertezas sobre a política de segurança nacional dos EUA e sua postura no mundo. Podem ser um momento quando a nação está vulnerável a ações de adversários buscando tirar vantagem da situação”, escrevem os secretários.

Nas últimas semanas, o presidente Donald Trump promoveu mudanças na estrutura do Pentágono, colocando aliados em posições cruciais e sugerindo que poderia incluir os militares em sua jornada para tentar anular os resultados da eleição de novembro. Isso, para os secretários, poderia jogar a nação em um “território perigoso e fora da lei”.

“Oficiais civis e militares que realizarem tais medidas (interferência eleitoral) podem ser punidos, incluindo de forma criminal, pelas graves consequências de suas ações em nossa república”, afirma o texto.

Nessa linha, os secretários fazem um apelo ao Departamento de Defesa para que evite ações que possam prejudicar a transição para um novo governo. “Essa ação final diz respeito à manutenção das mais altas tradições e profissionalismo das Forças Armadas dos EUA, e a história de transição democrática em nosso grande país.”

Em agosto, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mark Milley, declarou ao Congresso que os militares americanos não se envolveriam na eleição ou em eventuais disputas relacionadas ao resultado. “A Constituição e as leis dos EUA e dos Estados estabelecem procedimentos para a realização das eleições e para resolver disputas posteriores. Não vejo os militares dos EUA como parte desse processo”, declarou, em carta, à Comissão de Serviços Armados da Câmara.

Em novembro, reforçou o caráter apartidário da instituição. “Somos únicos entre os militares. Não fazemos juramento a um rei ou rainha, a um tirano ou a um ditador. Não fazemos juramento a um indivíduo. Não fazemos juramento a um país, a uma tribo ou religião. Fazemos um juramento à Constituição”, disse Milley. A Casa Branca e o Departamento de Defesa não se pronunciaram. (Com agências internacionais).

Estadão Conteúdo

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