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Estudantes chineses voltam às aulas com fortes medidas de segurança e medo do coronavírus

Primeiro país afetado pelo coronavírus, a China fechou todas as suas escolas no final de janeiro, antes do Ano Novo Lunar

Redação Jornal de Brasília

27/04/2020 9h36

Os estudantes do ensino médio de Pequim e Xangai voltaram às aulas nesta segunda-feira (27), após quatro meses de férias devido à pandemia de coronavírus, em meio a grandes medidas de segurança, com máscaras e controles de temperatura.

“Estou feliz, fazia muito tempo que não via meus colegas de classe”, diz Hang Huan, 18 anos, sorrindo em frente à escola Chenjinglun, no leste da capital chinesa.

“Sentia muita falta deles”, conta à AFP usando uma máscara e a roupa esportiva que serve como uniforme.

Primeiro país afetado pelo coronavírus, a China fechou todas as suas escolas no final de janeiro, antes do Ano Novo Lunar. Desde então, as aulas eram on-line.

As províncias pouco povoadas de Qinghai (noroeste) e Guizhou (sudoeste) foram as primeiras em março a organizar progressivamente o retorno às aulas.

Em Pequim, apenas os alunos do ensino médio tiveram permissão para voltar às aulas nesta segunda-feira para se prepararem para o “gaokao”, o vestibular, o mais importante na educação chinesa.

Em Xangai, os alunos do ensino médio também retornaram para as salas de aula.

A China conseguiu conter a propagação do vírus, que oficialmente deixou 4.633 mortos no país. Agora, teme uma segunda onda de contaminação com os casos “importados”, principalmente de chineses que retornam ao país.

O medo do vírus continua presente, também em Pequim, apesar de todas as pessoas que chegam à cidade cumprirem uma quarentena de 14 dias.

Sem abraços 

Na entrada do colégio Chenjinglun, um funcionário limpa a calçada com desinfetante.

Para manter a distância, o retorno às aulas é feito em pequenos grupos e “sem abraços”, lamenta Xiao Shuhan, um garoto de roupa esportiva branca e camiseta preta.

Os alunos precisam passar por uma tenda de desinfecção, com funcionários vestidos com roupas de proteção completas.

“Trouxe máscaras dentro de sacos de lixo e desinfetante”, explica Meng Xianghao, estudante que voltou a pegar o metrô nesta segunda-feira depois de meses.

Segundo o Ministério da Educação, todos os estudantes do país precisam ter sua temperatura corporal verificada.

Nas imagens publicadas pelo Jornal de Pequim, os alunos aparecem sentados separados e usam máscara.

Na rede social Weibo, um vídeo gravado em Hanghzou (leste) mostra estudantes com chapéus estranhos com antenas que, teoricamente, servem para respeitar a distância de um metro de seus colegas.

Motivação para estudar 

Em Xangai, alguns institutos criaram salas especiais para isolar estudantes com “temperaturas anormais”, diz o Ministério.

Na escola particular de Huayu, no centro da maior cidade da China, os estudantes mantêm distância, e todos usam máscara, segundo jornalistas da AFP.

Adicionado ao clima especial de volta às aulas, há a ansiedade de uma longa ausência nas aulas e a pressão do “gaokao”, o vestibular.

Em casa, “você tinha que se motivar para estudar”, diz Wang Yuchen, um estudante de 17 anos.

A data dessa temida prova para entrada nas universidades foi excepcionalmente adiada por um mês, para o início de julho, devido à pandemia.

A maioria das escolas de ensino fundamental e universidades da China ainda está fechada.

No sábado, o Ministério da Saúde recomendou limitar as aulas on-line a 2h30 por dia para proteger a visão dos mais jovens, “e não mais do que 20 minutos seguidos”.

“Em casa, era difícil ficar no computador o dia todo e não era bom para aprender”, comenta Hang Huan.

© Agence France-Presse

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