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Mundo

Epidemia se espalha pelo mundo, mas cai número de mortos na China

A OMS declarou, nesta quarta, que o número diário de novas pessoas contaminadas pelo coronavírus no mundo já é superior ao registrado na China

Redação Jornal de Brasília

26/02/2020 11h11

A Tehran Municipality worker cleans a bus to avoid the spread of the COVID-19 illness on February 26, 2020. – Iran said Tuesday its coronavirus outbreak, the deadliest outside China, had claimed 15 lives and infected nearly 100 others — including the country’s deputy health minister. The Islamic republic’s neighbours have imposed travel restrictions and strict quarantine measures after reporting their first cases in recent days, mostly in people with links to Iran. (Photo by ATTA KENARE / AFP)

Mais de 1.000 infectados na Coreia do Sul, novos mortos no Irã, aumento de contágios na Europa, devido ao foco surgido na Itália, e um possível primeiro caso no Brasil. A epidemia do novo coronavírus se espalha, apesar das medidas mundiais de prevenção.

Quatro países europeus – Áustria, Suíça, Grécia e Croácia – registraram seus primeiros casos do novo coronavírus desde terça-feira. Além disso, morreu nesta quarta-feira em Paris o primeiro francês vítima da COVID-19.

Ao mesmo tempo, os números melhoram na China, centro da epidemia. As autoridades comunicaram que 52 pessoas morreram nas últimas 24 horas, contra 71 na terça. É o menor número em três semanas.

O número de contágios também diminuiu: 406 novos casos, contra 508 de terça.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quarta, que o número diário de novas pessoas contaminadas pelo coronavírus no mundo já é superior ao registrado na China.

Conforme o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou durante uma reunião na sede da OMS em Genebra, com 411 novos casos na China e 427 casos no mundo na terça-feira, “o número de novos contágios registrados fora da China ultrapassou pela primeira vez o número de novos casos na China”.

Ghebreyesus também alertou para os riscos de uma “pandemia”, ou seja, para uma epidemia de magnitude internacional.

A OMS deixou clara sua preocupação com o curso que a epidemia está tomando.

O mundo “não está preparado” para enfrentá-la, disse na terça-feira Bruce Aylward, especialista que dirige a missão conjunta OMS/China e que voltada de Pequim.

“Deve-se estar preparado para administrar isso em larga escala e isso deve ser feito rapidamente”, advertiu.

A Organização mostra especial preocupação com os países pobres, mal equipados para prevenir, diagnosticar e tratar o novo vírus.

Fora da China, a doença COVID-19 já afeta cerca de 40 países. No total, foram registrados 40 óbitos e pelo menos 2.700 casos confirmados de contágio.

Brasil

No Brasil, o governo investiga um possível caso em São Paulo, que, se confirmado, será o primeiro da América Latina. Trata-se de um homem de 61 anos que viajou recentemente para a Itália, país europeu mais afetado pela epidemia.

O Ministério da Saúde disse que foram feitos os primeiros exames e se espera o resultado da contraprova para confirmar o diagnóstico.

Europa em alerta

 

Na Itália, foco europeu da epidemia, já são 374 pessoas contaminadas, a maioria no norte, além de 12 mortos.

Na terça-feira, em Roma, os Estados vizinhos se comprometeram a manter suas fronteiras abertas, embora vários governos desaconselhem viagens ao país.

A imensa maioria dos casos registrados nas últimas horas em diversos países europeus tem relação com o foco italiano.

Na Espanha, um hotel na ilha de Tenerife, continua em quarentena, depois que dois hóspedes italianos deram positivo para o novo coronavírus em uma primeira análise.

As autoridades esperam o resultado de um segundo exame para decidir se mantêm, ou não, o confinamento de mais de 700 hóspedes.

Ao todo, na Espanha, oito pessoas deram positivo para o novo coronavírus nos primeiros exames médicos e agora se espera os resultados de um segundo teste para confirmar o diagnóstico.

A propagação do novo coronavírus na Itália e Europa “é motivo de preocupação mas não de pânico”, afirmou a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, nesta quarta, em Roma.

Na Áustria, foram registrados dois casos em um hotel em Innsbruck, no coração dos Alpes, onde dois turistas de Milão se hospedaram.

Na Croácia, um jovem que viajou para Milão e seu irmão deram positivo para o novo coronavírus. Na Suíça e na Grécia, os primeiros casos também afetam cidadãos que acabam de voltar do norte da Itália.

Na África, um italiano que chegou à Argélia em 17 de fevereiro se tornou o segundo caso confirmado no continente.

A epidemia obrigou a anular uma infinidade de eventos esportivos e culturais, e se começa a sentir os efeitos negativos na economia, com mercados financeiros acumulando suas perdas.

A China anunciou um plano de apoio às pequenas e médias empresas, asfixiadas pelo forte impacto da epidemia, pedindo aos bancos que concedam empréstimos com taxas reduzidas.

Desligar a televisão e abrir a Bíblia

Na Coreia do Sul, onde o número de contagiados é altíssimo, e a situação, “muito grave”, segundo o presidente Moon Jae-in, o número de infectados é de 1.146 casos, segundo o balanço atualizado.

É o segundo maior foco de infecção no mundo depois da China.

Entre os contagiados, há um soldado americano. Washington tem 28.500 militares estacionados no país, onde já há 12 mortos.

Grande parte dos casos confirmados está ligada a uma seita cristã, na qual uma pessoa teria contaminado centenas de fiéis. Ao todo, mais de 200.000 membros desta seita estão sendo submetidos a testes.

No Irã, outras quatro pessoas morreram, devido ao novo coronavírus. O número de vítimas chega a 19, segundo o Ministério da Saúde, que também relatou 44 novos contágios confirmados nas últimas 24 horas. Com isso, o número de infectados sobre para 139.

Em meio à grande tensão que paira sobre as relações entre Washington e Teerã, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu que Teerã diga “a verdade” sobre a epidemia.

“Não deveríamos deixar os Estados Unidos acrescentar um vírus, chamado pânico extremo (…) ao coronavírus”, respondeu o presidente iraniano, Hassan Rohani.

Em Roma, o papa Francisco mostrou sua solidariedade com as pessoas contaminadas e pediu para que se minimize os rumores e o medo. O sumo pontífice aconselhou “desligar a televisão e abrir a Bíblia”.

Agence France-Presse

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