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Entenda o que já se sabe e o que ainda é dúvida sobre a megaexplosão em Beirute

As razões da megaexplosão no porto de Beirute, na terça (4), ainda estão sendo investigadas, mas detalhes do que a geraram começam a surgir

Redação Jornal de Brasília

05/08/2020 16h27

Foto: AFP

São Paulo, SP

As razões da megaexplosão no porto de Beirute, na terça (4), ainda estão sendo investigadas, mas detalhes do que a geraram começam a surgir. Abaixo, algumas questões já respondidas e outras que ainda estão em aberto.

O que causou a explosão?

De acordo com o governo libanês, o incidente foi causado por 2.750 toneladas de nitrato de amônio estocadas na região portuária há seis anos de forma inadequada. O material tem potencial explosivo, mas não está claro o que causou sua detonação.
Imagens mostram que houve um incêndio no local, o que pode ter gerado a explosão.

O que é nitrato de amônio?

Um produto usado principalmente como fertilizante na agricultura, para fornecer nitrogenio, fósforo e potássio para as plantas, elementos essenciais para que elas cresçam. Também é usado para fabricar explosivos para mineração.

Ele explode fácil?

Geralmente, se for exposto a temperaturas acima de 300 graus, como em um incêndio. Seu potencial explosivo é ampliado se o material tiver contato com combustíveis ou ficar em contato prolongado com altas temperaturas.

O nitrato de amônio pode ser usado em bombas?

Sim. O ataque a um escritório em Oklahoma, em 1995, usou um artefato com duas toneladas do composto, misturado a outro agente.

De quem é a culpa pela tragédia?

Uma investigação busca esta resposta. O material estava sob guarda do governo, mas não está claro quem era o responsável por mantê-lo em segurança. Não se sabe ainda se a explosão ocorreu com ou sem intervenção humana, se algum gesto favoreceu a detonação e se essa ação foi intencional ou não.

Há risco de que tenha sido um ataque terrorista?

A causa da explosão ainda não foi confirmada. No entanto, nenhum grupo reivindicou a autoria de um possível ataque.

Como o material foi parar ali?

Uma das hipóteses levantadas é que essa carga estaria armazenada em um galpão junto ao porto há mais de seis anos. O material teria chegado ao Líbano em setembro de 2013, segundo dados oficiais obtidos pela Al Jazeera. O governo, no entanto, não confirmou. A carga estaria em um navio que ia da Geórgia para Moçambique. Essa embarcação teve problemas técnicos e fez uma parada em Beirute. Autoridades libanesas impediram o navio de seguir viagem. Com isso, a tripulação abandonou o barco. A carga então foi colocada em um armazém no porto. Ao longo dos últimos anos, chefes da alfândega libanesa teriam enviado ao menos seis cartas à Justiça e a outras autoridades pedindo que fosse dado um destino ao material, mas não obtiveram respostas.

Porque a explosão foi tão forte?

Por causa da grande quantidade de nitrato de amônio que estava no local. Seu poder explosivo varia de acordo com o tempo em que foi fabricado e suas condições de armazenagem, mas costuma ser em torno de 40% do de TNT, explosivo bastante utilizado. Quando um explosivo é detonado, ele libera gases que se expandem muito rapidamente. Essa onda de choque gera uma “parede” de ar denso, capaz de causar danos no que estiver próximo, mas que perde força conforme se distancia do ponto onde ocorreu, até desaparecer.

Qual a extensão dos danos?

No começo da tarde desta quarta (5), as autoridades somavam 135 pessoas mortas e 5.000 feridas. O número deve aumentar, pois são feitas buscas por vítimas soterradas e que foram lançadas ao mar. Cerca de 300 mil pessoas ficaram desabrigadas após a explosão. Os danos se estenderam a mais da metade da área da capital libanesa e são estimados em US$ 5 bilhões (R$ 26,4 bilhões). A tragédia pode afetar também o abastecimento de comida, pois o porto de Beirute era a principal entrada de produtos do país. Havia silos de cereais perto do local da explosão, e milhares de toneladas se perderam. O governo disse que tem estoques de trigo para um mês de consumo do país, o que deve ser suficiente para evitar uma grande crise.

As informações são da FolhaPress

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