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Mundo

Em 1ª reunião presencial em 6 meses, Papa Francisco pede orações pelo Líbano

Visivelmente feliz pelo retorno, Francisco anunciou um dia de oração e jejum pelo país devastado econômica, política e humanitariamente

Redação Jornal de Brasília

02/09/2020 9h41

Pope Francis waves from the balcony of St Peter’s basilica during the traditional “Urbi et Orbi” Christmas message to the city and the world, on December 25, 2019 at St Peter’s square in Vatican. (Photo by Alberto PIZZOLI / AFP)

São Paulo-SP

O papa Francisco realizou, nesta quarta-feira (2), a primeira audiência pública presencial após seis meses de restrições impostas para tentar conter a propagação do novo coronavírus no Vaticano.

Visivelmente feliz pelo retorno, Francisco anunciou um dia de oração e jejum pelo Líbano, país devastado por crises no campo econômico, político e humanitário que se agravaram após a megaexplosão em Beirute no início de agosto.

Francisco beijou uma bandeira do Líbano entregue a ele pelo padre libanês Georges Breidi. Depois de fazer uma oração silenciosa pelo país, o papa convidou Breidi a segurar a bandeira enquanto fazia um apelo pela paz e pelo diálogo.

O pontífice convidou católicos e fiéis de outras religiões a tornarem a próxima sexta-feira (4) uma “jornada universal de jejum e oração” pelo Líbano.

A data marca um mês da explosão na zona portuária de Beirute que destruiu mais da metade da cidade e deixou ao menos 190 mortos, 6.000 feridos e mais de 300 mil desabrigados.

“Um mês depois da tragédia que castigou a cidade de Beirute, penso de novo no querido Líbano, em sua população particularmente colocada à prova”, disse o papa. “Diante dos dramas repetidos que os habitantes desta terra vivem, temos consciência do extremo perigo que ameaça a própria existência do país. O Líbano não pode ser abandonado à própria sorte.”

O papa também anunciou o envio do cardeal Pietro Parolin, seu secretário de Estado e número dois na hierarquia do Vaticano, a Beirute para representá-lo. O líder católico fez referência ao centenário do Grande Líbano, comemorado nesta terça-feira (1º), e disse que, neste período, “o Líbano foi um país de esperança”. “Nos períodos mais sombrios de sua história, os libaneses mantiveram sua fé em Deus e demonstraram a capacidade de fazer de sua terra um lugar de tolerância, respeito e coabitação único na região.”

Segundo o papa, o Líbano hoje é “mais que um Estado” e passa “uma mensagem de liberdade e um exemplo de pluralismo tanto para o Oriente como para o Ocidente”. “Pelo bem do país, mas também do mundo, não podemos nos permitir perder este patrimônio”, disse Francisco.

Ele também fez um apelo aos líderes políticos e religiosos libaneses para que se comprometam com “sinceridade e transparência na reconstrução, deixando de lado os interesses partidários e tendo em mente o bem comum e o futuro da nação”.

Os cerca de 500 visitantes no pátio do Palácio Apostólico do Vaticano tiveram suas temperaturas verificadas e quase todos usavam máscaras de proteção. As cadeiras foram dispostas de forma a garantir distanciamento físico.

“Depois de tantos meses, retomamos nossos encontros cara a cara, e não tela a tela”, disse o pontífice ao abrir a audiência, sob muitos aplausos.

A última reunião pública no Vaticano havia ocorrido no início de março. Desde então, o líder católico foi forçado a realizar audiências virtuais transmitidas pela televisão ou pela internet, experiência que ele descreveu como semelhante a estar “enjaulado”.

Embora o público presente ainda tenha sido pequeno em comparação com as dezenas de milhares de pessoas que costumam lotar a praça São Pedro, o papa parecia energizado pela multidão. Caminhando entre os convidados, distribuiu sorrisos e abençoou fiéis a distância.

As informações são da Folhapress

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