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Distúrbios na cidade francesa de Dijon por ‘ajuste de contas’

Incidentes teriam sido provocados por uma agressão este mês a um checheno de 16 anos, que levou outros membros da comunidade a realizar ataques em busca de vingança

Redação Jornal de Brasília

16/06/2020 11h59

Vários políticos franceses expressaram indignação nesta terça-feira depois que a geralmente tranquila cidade de Dijon (leste) foi palco de outra noite de distúrbios relacionados a um suposto acerto de contas por membros da comunidade chechena.

Dijon, uma cidade mais conhecida por sua lendária mostarda do que por tensões interétnicas, foi palco de quatro noites consecutivas de tumultos e cenas que chocaram a França.

Segundo a polícia, os incidentes teriam sido provocados por uma agressão este mês a um checheno de 16 anos, que levou outros membros da comunidade a realizar ataques em busca de vingança.

Membros da comunidade chechena viajaram para Dijon de toda a França e até de países vizinhos como Bélgica e Alemanha.

Os confrontos se concentraram no bairro de Grésilles, que tem uma grande comunidade de pessoas do Magrebe.

Na segunda-feira à noite, dezenas de homens encapuzados carregando armas se reuniram em Grésilles, onde atiraram para o ar, destruíram câmeras de vigilância e incendiaram contêineres e veículos, informou a polícia à AFP.

A polícia demorou uma hora e meia para controlar a violência, que terminou com a detenção de quatro pessoas.

“Ver jovens brandindo armas, 100 pessoas brigando, agredindo um ao outro é inaceitável”, disse o ministro da Agricultura, Didier Guillaume, ao canal Cnews.

“Nosso país está afundando no caos! Gangues estão travando uma guerra étnica com armas automáticas em suas mãos”, tuitou a líder da extrema direita Marine Le Pen, indicando que irá a Dijon para uma coletiva de imprensa.

O prefeito socialista de Dijon, François Rebsamen, criticou no fim de semana o que considerou um destacamento policial insuficiente.

“Como a justiça chega tarde demais e a polícia não tem os meios, a comunidade chechena decidiu aplicar sua própria lei”, disse ele ao canal BFMTV.

A Chechênia é uma república russa predominantemente muçulmana no norte do Cáucaso. Duas guerras nos anos 90 provocaram uma onda de emigração, e muitos chechenos se dirigiram para a Europa Ocidental.

Mais chechenos partiram para o exílio nos últimos anos devido a suas divergências com o líder pró-Kremlin Ramzan Kadyrov, acusado por ativistas de direitos humanos de múltiplas violações.

Não há números precisos sobre o número de chechenos que vivem na França, pois estão incluídos junto com outros portadores de passaporte russo.

© Agence France-Presse

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