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De ‘vai desaparecer como mágica’ a injeções de desinfetante: Trump na pandemia

Há pouco mais de um mês das eleições presidenciais, a confirmação do diagnóstico se soma aos mais de 7 milhões de casos e 200 mil mortos nos EUA, o país mais atingido pela Covid-19

Redação Jornal de Brasília

02/10/2020 13h23

(Photo by Brendan Smialowski / AFP)

São Paulo, SP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (2) que ele e sua esposa, Melania Trump, receberam diagnóstico positivo para coronavírus.

Há pouco mais de um mês das eleições presidenciais, a confirmação do diagnóstico se soma aos mais de 7 milhões de casos e 200 mil mortos nos EUA, o país mais atingido pela Covid-19.

Desde o início da pandemia, Trump foi um dos líderes mundiais que mais contrariou evidências científicas e minimizou a gravidade do coronavírus.

O republicano chegou a sugerir hidroxicloroquina como método de prevenção e injeções de desinfetante como tratamento, embora sem nenhum respaldo em tudo o que os cientistas já sabem sobre a Covid-19 até agora.

Veja abaixo algumas das principais declarações de Trump ao longo da pandemia de coronavírus:

22 de janeiro: “É uma pessoa vinda da China. Temos tudo sob controle. Vai ficar tudo bem”, diz Trump após confirmação do primeiro caso de Covid-19 nos EUA.

7 de fevereiro: “É algo muito mais mortal do que uma gripe forte”, diz o presidente ao jornalista Bob Woodward, em conversa privada divulgada em setembro.

27 de fevereiro: “Vai desaparecer. Um dia, como um milagre, [o coronavírus] vai desaparecer.”

6 de março: “As pessoas estão surpresas que eu entenda dessas coisas”, diz Trump sobre seus conhecimentos sobre o coronavírus. “Cada um desses médicos disse: ‘Como você sabe tanto sobre isso?’ Talvez eu tenha uma habilidade natural. Talvez eu devesse ter feito isso em vez de concorrer à Presidência.

23 de março: “Não podemos deixar que a cura seja pior do que o próprio problema”, diz Trump sobre a decisão de fechar empresas para impedir a propagação do vírus.

7 de abril: “Você não vai morrer por causa desse remédio. Eu realmente acho que é uma coisa ótima de se tentar”, afirma o presidente sobre a hidroxicloroquina, medicamento usado no tratamento da malária e sem eficácia comprovada contra o coronavírus.

11 de abril: Com quase 20 mil óbitos confirmados, EUA se tornam o país com mais mortes registradas por coronavírus.

23 de abril: Trump contraria medicina e sugere injeções de desinfetante como tratamento para Covid-19. “O desinfetante derruba o coronavírus em um minuto. Pode existir uma maneira de fazer algo desse tipo por dentro, com uma injeção, ou quase como uma limpeza.”

27 de abril: “Eu não imagino o porquê”, diz Trump após ser questionado sobre o aumento de casos de emergência relacionados à ingestão de desinfetantes.

5 de maio: “Haverá mais mortes”, diz Trump quando os EUA alcançaram a marca de 70 mil óbitos por coronavírus. “Acho que estamos indo muito bem com as vacinas, mas com ou sem vacina, vai passar e vamos voltar ao normal.”

18 de maio: Trump diz que está tomando hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra o coronavírus, como forma de prevenção.

29 de maio: “Estamos encerrando hoje nosso relacionamento com a Organização Mundial da Saúde”, diz o republicano, depois de uma série de críticas à entidade que, segundo ele, é fantoche da China e responsável pelo aumento de casos de coronavírus no mundo. ?

20 de junho: “Os testes são uma faca de dois gumes. Quando você faz testes dessa forma, vai encontrar mais casos, então eu disse ao meu pessoal: ‘diminuam os testes, por favor'”, diz o presidente, dois dias antes do país chegar a 120 mil mortes.

7 de julho: “Acho que estamos em um bom lugar, eu discordo dele”, diz Trump após seu governo receber críticas de Anthony Fauci, principal especialista em doenças infecciosas dos EUA e conselheiro da Casa Branca.

19 de julho: “Eu soube que nós temos uma das menores, talvez a menor, taxas de mortalidade [por coronavírus] do mundo”, diz Trump em entrevista à Fox News, marcada por uma série de declarações falsas e polêmicas.

1º de agosto: “Errado! Temos mais casos porque testamos muito mais que qualquer outro país. Se testássemos menos, teríamos menos casos”, diz o republicano em resposta a uma entrevista em que Fauci falou sobre o aumento de casos nos EUA.

22 de agosto: “Muitos médicos e estudos discordam disso!”, afirma o presidente em referência à decisão do FDA, agência americana reguladora de medicamentos, que, dois meses antes, revogou uso emergencial da hidroxicloroquina como forma de tratamento contra a Covid-19 por falta de evidências.

31 de agosto: “Nós fizemos um ótimo trabalho com a Covid, mas não recebemos o crédito”, diz o presidente no dia em que os EUA chegam a seis milhões de casos casos confirmados.

4 de setembro: Trump contradiz autoridades de saúde de seu próprio governo e diz que haverá uma vacina “antes do fim do ano e talvez antes mesmo de 1º de novembro”.

10 de setembro: “Não é culpa de ninguém além da China”, afirma Trump culpando o país onde os primeiros casos da Covid-19 foram confirmados. A pandemia trouxe novos contornos à Guerra Fria 2.0 entre China e EUA.

14 de setembro: “Estou em um palco, fica muito distante, então não estou nem um pouco preocupado”, responde Trump ao ser questionado sobre o risco de propagação do vírus durante seus eventos de campanha.

22 de setembro: “Nós temos que responsabilizar a nação que espalhou essa praga pelo mundo: a China”, diz Trump durante seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.

29 de setembro: “Eu estava sendo sarcástico”, diz Trump sobre ter sugerido injeções de desinfetante como tratamento contra a Covid-19, durante primeiro debate eleitoral contra seu adversário democrata, Joe Biden.

2 de outubro: Trump anuncia, no Twitter, que ele e sua esposa, Melania Trump, receberam diagnóstico positivo para Covid-19. “Vamos começar nossa quarentena e nosso processo de recuperação imediatamente. Nós vamos superar isso JUNTOS!”

As informações são da FolhaPress

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