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Covid-19 representa perigo mesmo com menos mortes, afirma OMS

Mudanças nas intervenções respiratórias também se enquadram nesses avanços de tratamento que evitaram mortes dos doentes mais sérios

Redação Jornal de Brasília

10/09/2020 16h44

Medical equipment used to treat a COVID-19 coronavirus patient is seen at a hospital in Wuhan, in China’s central Hubei province on March 19, 2020. – China on March 19 reported no new domestic cases of the coronavirus for the first time since it started recording them in January, but recorded a spike in infections from abroad. (Photo by STR / AFP) / China OUT

Ana Estela de Sousa Pinto
Bruxelas, Bélgica

A segunda onda de Covid-19 que acontece na Europa preocupa, mesmo que o número de mortes não tenha subido tanto quanto o de casos, afirmou nesta quinta a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Segundo a líder técnica Maria van Kerkhove, mesmo que não provoque óbitos a infecção por coronavírus pode deixar sequelas de longo prazo, e prevenir o contágio ainda é fudamental.

Kerkhove listou cinco razões para que a curva de mortes não tenha subido tanto quanto a de novos casos nos países europeus, que viveram um pico de Covid-19, controlaram a infecção até junho e começaram em julho a experimentar um repique.

O primeiro é a descoberta de tratamentos e medicamentos que evitam a morte em casos severos, como o uso de corticoides (como a dexametazona) para reduzir a resposta inflamatória do corpo à presença do vírus.

Mudanças nas intervenções respiratórias também se enquadram nesses avanços de tratamento que evitaram mortes dos doentes mais sérios.

Um segundo motivo é que os países e as instituições estão mais preparadas para prevenir o contágio de pessoas mais vulneráveis, como idosos em asilos ou doentes em locais de longa permanência.
O aumento do número de testes permitiu também detectar a infecção mais precocemente, o que evita que a doença evolua para estágios mais graves.

Há também um número maior de novos casos entre pessoas mais jovens, que apresentam menos risco de morrer por Covid-19 (embora existam casos de óbitos até de bebês).

Em parte, o diagnóstico de uma parcela maior de jovens acontece porque foram eles que se expuseram mais ao contágio, ao abandonar medidas de proteção durante as férias, em festas e eventos sociais.

Outro motivo é que, com o aumento da capacidade de testes, o diagnóstico, que antes priorizava casos suspeitos, passou a ser ampliado para todos os grupos sociais, alcançando os jovens.

“Temos que salvar vidas, mas temos também que prevenir todos os contágios possíveis, pois não sabemos ainda o suficiente sobre os efeitos de longo prazo da Covid-19”, afirmou a líder técnica.

Durante a entrevista, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que sua principal preocupação em relação à pandemia de coronavírus é “a falta de solidariedade”.

A entidade afirmou que o esforço criado para desenvolver testes, remédios e vacinas, chamado de Act Accelerator, precisa de US$ 35 bilhões (R$ 185 bilhões) para “passar da fase de startup para a de produção em escala”.

A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, disse que interrupções de testes de vacina, como a anunciada pela AstraZeneca nesta semana, fazem parte do processo normal de obtenção de novos produtos.

Ela afimou também que, em geral, a fase 3 dos experimentos com vacinas, que exige até 50 mil voluntários, leva cerca de seis meses.

A maior parte dos testes conduzidos no momento entraram na fase 3 na virada do semestre, o que indica que resultados mais seguros não devem aparecer antes do fim do ano.

As informações são da FolhaPress

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