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Coronavírus deixa mais de 1.000 mortos; presidente chinês aparece com máscara

Em sua atualização diária, a comissão de saúde da província de Hubei, indicou que foram 103 novos falecimentos e confirmou outros 2.097 novos casos

Redação Jornal de Brasília

11/02/2020 3h34

CREDIT “AFP PHOTO/XINHUA / JU Peng” –

Milhões de pessoas retornaram ao trabalho nesta segunda-feira (10) na China, após as férias prolongadas para tentar impedir a propagação do novo coronavírus, que já deixou 1.011 mortos no país e obrigou o presidente Xi Jinping a aparecer pela primeira vez em público com uma máscara.

Em sua atualização diária, a comissão de saúde da província de Hubei, indicou que foram 103 novos falecimentos e confirmou outros 2.097 novos casos na província central da China, em cuja capital, Wuhan, o surto surgiu em dezembro.

Na China continental, agora há pelo menos 42.200 pessoas infectadas pelo vírus, que cientistas suspeitam que surgiu no fim de 2019 em um mercado de frutos do mar e carnes de animais selvagens em Wuhan.

Nesta segunda-feira, pela primeira vez o presidente chinês Xi Jinping apareceu em público com uma máscara de proteção e teve a temperatura controlada, como acontece diariamente com milhões de chineses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou sinais de que a epidemia está em fase de estabilização, mas seu diretor geral advertiu que podem acontecer mais casos no exterior de pessoas que nunca viajaram à China.

“É possível que estejamos observando apenas a ponta do iceberg”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Uma equipe de especialistas da OMS, liderada por Bruce Aylward, um veterano de emergências sanitárias, está a caminho da China.

Em uma tentativa de conter o vírus, as cidades de Hubei estão confinadas e as autoridades bloquearam as vias de transporte no país para deter o deslocamento de centenas de milhões de pessoas, que geralmente visitam as famílias durante as férias do Ano Novo Lunar.

Oficialmente, o recesso foi prolongado por apenas três dias, mas várias cidades e províncias estenderam o prazo até 10 de fevereiro.

As medidas sem precedentes transformaram diversas áreas em cidades fantasmas.

Alguns sinais, no entanto, indicam que o país começa a retomar a normalidade.

Nas avenidas de Pequim e Xangai o trânsito estava muito mais intenso que nos últimos dias, mas diversas lojas permaneciam fechadas. A cidade de Guangzhou (sul) anunciou a retomada do transporte público.

Muitas pessoas não escondiam o receio na volta ao trabalho.

“Quando os clientes entram, primeiro medimos a temperatura, depois usamos desinfetante e pedimos que lavem as mãos”, disse uma jovem funcionária em um centro de estética de Pequim.

– Trabalho de casa –

Dezenas de milhões de pessoas da província de Hubei não retornaram ao trabalho porque, como a região é o foco da epidemia, o confinamento prossegue.

E fora da província em quarentena, muitas empresas limitam o número de funcionários.

O governo de Xangai sugeriu reduzir as concentrações de pessoas com horários de trabalho escalonados, cortar os sistemas de ar acondicionado, evitar as refeições em grupo e respeitar uma distância de pelo menos um metro entre os colegas de trabalho.

A plataforma de comunicação empresarial on-line DingTalk anunciou na semana passada que quase 200 milhões de pessoas estavam usando sua ferramenta para o ‘home office’.

Uma pesquisa feita pela Câmara de Comércio Americana em Xangai mostrou que 60% das empresas planejam o trabalho de casa.

A imprensa estatal informou que o número de passageiros no metrô de Pequim nesta segunda-feira era quase 50% inferior ao de um dia normal de trabalho.

Vários centros comerciais na capital estavam desertos, com lojas vazias ou fechadas.

Empresas como a montadora Toyota adiaram o retorno ao trabalho por mais uma semana.

Escolas e universidades de todo o país permanecem fechadas.

– Dificuldades de transporte –

Os chineses enfrentaram dificuldades nos meios de transporte em seu retorno ao trabalho.

A cidade de Wuxi (leste) informou que pessoas procedentes de províncias com um grande número de casos serão obrigadas a retornar, enquanto Suzhou, perto do centro financeiro de Xangai, suspendeu o transporte de passageiros aos distritos próximos.

A indústria turística segue em crise: vários países proibiram a entrada de pessoas procedentes da China e as principais companhias aéreas suspenderam os voos.

O número de mortos pelo novo coronavírus superou a quantidade de óbitos em todo o mundo pela epidemia de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) de 2002-2003, quando a China foi acusada de acobertar os casos.

Em Londres, o governo britânico classificou nesta segunda-feira o novo coronavírus como “ameaça grave e iminente para a saúde pública”, ao mesmo tempo que anunciou novas medidas para proteger a população.

A União Europeia programou uma reunião para quinta-feira de seus ministros da Saúde, com a presença de um representante da OMS, para adotar medidas contra a propagação do novo coronavírus.

No Japão, outras 65 pessoas, entre passageiros e tripulantes, do cruzeiro “Diamond Princess” apresentaram resultado positivo para o novo coronavírus, segundo o ministério da Saúde.

Isto eleva a 135 o número de infectados no cruzeiro, que está em quarentena e tem 3.700 pessoas a bordo.

O confinamento no cruzeiro pode prosseguir até 19 de fevereiro.

Em Hong Kong, os turistas confinados a bordo do cruzeiro “World Dreams” durante cinco dias foram autorizados a desembarcar no domingo.

Agence France-Presse

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