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China diz que lei de segurança nacional em Hong Kong será ‘antivírus’

O projeto anunciado em maio por Pequim proibirá o separatismo, a subversão e a preparação de “atividades terroristas”, bem como as atividades de forças estrangeiras

Redação Jornal de Brasília

08/06/2020 15h57

Anti-government protesters watch as a large fire is started by other protesters in a staircase at the main entrance that leads into the Hong Kong Polytechnic University in the Hung Hom district of Hong Kong on November 18, 2019. – Hong Kong police early November 18 warned for the first time that they may use “live rounds” after pro-democracy protesters fired arrows and threw petrol bombs at officers at a beseiged university campus, as the crisis engulfing the city veered deeper into danger. Protests have tremored through the global financial hub since June, with many in the city of 7.5 million people venting fury at eroding freedoms under Chinese rule. (Photo by Anthony WALLACE / AFP)

Uma lei a ser elaborada pela China sobre a segurança nacional em Hong Kong foi classificada nesta segunda-feira, 8, como “um programa antivírus” por Zhang Xiaoming, o vice-diretor do departamento de assuntos de Hong Kong e Macau, uma alta autoridade chinesa. Xiaoming enfatizou ainda que os manifestantes pró-democracia estariam indo “longe demais”.

“Quando essa lei entrar em vigor, será como se tivéssemos instalado um programa antivírus em Hong Kong, para que o princípio de ‘um país, dois sistemas’ funcione de maneira mais segura, suave e duradoura”, disse Zhang. Durante seu discurso, ele reiterou as declarações de Pequim de que o texto afeta apenas “um número extremamente restrito de pessoas”.

O projeto anunciado em maio por Pequim proibirá o separatismo, a subversão e a preparação de “atividades terroristas”, bem como as atividades de forças estrangeiras que possam ser classificadas como interferência. Grandes manifestações, às vezes violentas, têm ocorrido desde que a ex-colônia britânica denuncia a interferência da China nos assuntos de Hong Kong.

Histórico

Quando o território deixou de ser uma colônia britânica, em 1997, a decisão foi de que haveria um país e dois sistemas, o que permite conservar liberdades que não se aplicam na China continental – economia livre, justiça independente, liberdade de expressão e um parlamento elegido parcialmente por sufrágio universal. A nova lei afetaria esse status diferenciado.

Esse princípio garante liberdades e ampla autonomia para Hong Kong. De acordo com a Lei Básica, um regramento equivalente ao que seria a constituição de Hong Kong, o território deve promulgar suas próprias leis de proteção contra traição, secessão, sedição e subversão e impedir que entidades políticas locais desenvolvam laços com organizações estrangeiras.

A falta dessas leis está sendo usada como justificativa para as ações de Pequim. E os protestos pró-democracia se enquadram na categoria de atividades separatistas e subversão do poder do Estado sob a nova lei de segurança nacional aprovada pela China.

Estadão Conteúdo 

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