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Mundo

Brasileira é extraditada para os EUA para responder por morte do marido

Arquivo Geral

18/01/2018 17h20

Brazilian Voice

A carioca Cristina Sobral Hoerig, 53 anos, é a primeira brasileira nata da história a ser extraditada pelo governo para receber julgamento em outro país. A decisão sem precedentes do Superior Tribunal Federal (STF) aconteceu pois a corte considerou que a mulher, acusada nos EUA de ter matado o marido, Karl Hoerig, em 2007, perdeu sua nacionalidade original.

Desde o crime, o governo dos EUA solicitou ao Brasil que enviasse a mulher para ela ser julgada conforme as leis daquele país, mas como é de praxe, o governo local se recusou. Em 2013, porém, a corte aplicou o 12º artigo da Constituição, que prevê a perda da nacionalidade em caso de outra naturalização, e anulou o status de cidadã brasileira da mulher. Esse entendimento apenas era pouco usual, mas sempre existiu.

O caso

Nos anos 1990, a contadora Cláudia Sobral se mudou para os EUA e se casou com um médico para obter o Green Card, primeira etapa para estrangeiros que desejam se naturalizar americanos. Em 1999, ela concluiu o processo e se tornou cidadã, o que, mais tarde, se voltaria contra a mulher.

Em 2005, ela se casou com Karl Hoerig, ex-piloto das Forças Armadas, com histórico de ter servido no Afeganistão e no Iraque, e adotou seu sobrenome. Dois anos depois, ele foi encontrado morto a tiros na residência dos dois e Cláudia voltou ao Brasil no mesmo dia, o que fez a polícia do vilarejo de Newton Falls, no estado de Ohio, onde moravam, considerá-la a principal suspeita.

Paul Hoerig/Arquivo Pessoal

A família da vítima já apareceu em diversos programas de TV locais relatando sobre brigas e desavenças do casal nos anos em que estiveram juntos. Apenas cinco dias antes da morte do ex-piloto, a contadora teria comprado um revólver cujas balas se encaixam nos ferimentos encontrados no corpo do homem.

Quase cinco anos depois, a suspeita enfim entrou em um avião e será julgada conforme a legislação norte-americana. A única exigência do governo brasileiro no processo foi que, para extraditá-la, a Justiça dos EUA descartasse a possibilidade de aplicar pena de morte ou prisão perpétua.

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