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Bombardeios atingem catedral histórica de Karabakh

“As Forças Armadas do Azerbaijão bombardearam a igreja armênia de Khazanchetsots (de Cristo Salvador) na cidade de Shusha”, afirmou o centro de informação do governo armênio

Redação Jornal de Brasília

08/10/2020 12h01

Uma catedral armênia histórica em Nagorno-Karabakh foi atingida por projéteis das forças azerbaijanas nesta região separatista palco de violentos combates há quase duas semanas – anunciou o governo da Armênia nesta quinta-feira (8).

“As Forças Armadas do Azerbaijão bombardearam a igreja armênia de Khazanchetsots (de Cristo Salvador) na cidade de Shusha”, afirmou o centro de informação do governo armênio em uma mensagem no Facebook.

Uma correspondente da AFP constatou importantes danos no local: um grande buraco no teto do edifício, vitrais quebrados e bancos e vários objetos religiosos virados entre a poeira e os escombros.

“Não há militares aqui, nada estratégico, como alguém pode apontar contra uma igreja? É uma catedral muito importante para nós”, comentou Simeon, que mora nas proximidades do templo.

Para o arcebispo de Karabakh, Parguev Martirossian, o ataque é próprio dos métodos do grupo extremista “Estado Islâmico”.

“Eles (os azerbaijanos) atacam nossos valores espirituais”, declarou à AFP.

Localizada alguns quilômetros ao sul de Stepanakert, a capital separatista, a cidade de Shusha ficou em grande parte destruída durante uma batalha decisiva durante na guerra de Nagorno-Karabakh no início dos anos 1990.

A catedral foi reconstruída após os confrontos e virou um símbolo para os armênios.

Shusha, dividida durante muito tempo entre as duas culturas – cristãos da Armênia e muçulmanos do Azerbaijão -, é chamada por muitos de “Jerusalém de Nagorno-Karabakh”.

Os beligerantes armênios, cristãos e azerbaijanos, xiitas de língua turca, não parecem dispostos a baixar as armas, antes de uma primeira reunião dos mediadores internacionais do conflito, marcada para esta quinta-feira em Genebra.

Os bombardeios azerbaijanos prosseguiram durante toda a noite em Stepanakert, de acordo com os correspondentes da AFP, e em zonas habitadas do Azerbaijão, segundo as autoridades locais.

O balanço oficial dos combates desde 27 de setembro é de entre 300 e 400 mortos, incluindo quase 50 civis.

Mas os números são parciais e o Azerbaijão não divulga suas perdas militares. Os dois lados afirmam que mataram milhares de soldados inimigos.

© Agence France-Presse

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