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Avanço do coronavírus derruba mercados em todo o mundo

O coronavírus já infectou mais de 2,7 mil pessoas e causou a morte de ao menos 80 na China. Além disso, há casos confirmados da doença em outros 14 países

Redação Jornal de Brasília

27/01/2020 16h25

Foto: Reprodução/AFP

O avanço do coronavírus na China e os temores de que se espalhe mais rapidamente pelo mundo estão derrubando os mercados em todo o mundo. No Brasil, o Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, recuava 2,39% às 10h12, caindo para 115.347 pontos. A Bolsa de Tóquio fechou com queda de 2,03%, a maior em cinco meses. As Bolsas europeias também operavam em queda. Feriados em algumas partes da Ásia e do Pacífico mantiveram fechados hoje os mercados da China, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul e Austrália.

O coronavírus já infectou mais de 2,7 mil pessoas e causou a morte de ao menos 80 na China. Além disso, há casos confirmados da doença em outros 14 países, incluindo Estados Unidos, França e Japão. Numa tentativa de conter a epidemia de coronavírus, a China decidiu hoje ampliar em três dias o feriado do ano-novo lunar, que normalmente se estende por uma semana e terminaria na quinta-feira.

O banco dinamarquês Danske Bank estimou que o surto do coronavírus pode reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) da China em 0,8 ponto porcentual no primeiro semestre. Em relatório enviado a clientes, a instituição diz que a província de Hubei, epicentro da doença, representa 4% da economia chinesa.

Segundo a análise, o setor de serviços deve ser o mais atingido pela disseminação do vírus. Além disso, o varejo também será afetado, mas o impacto deve ser mitigado pela relevância das vendas online. “As pessoas ficarão em casa, não irão ao cinema, a shows, restaurantes e vão reduzir viagens”, destaca o documento.

O banco avalia ainda que o governo chinês tentará atenuar os efeitos do coronavírus com medidas de estímulo monetário. “No entanto, é mais difícil neutralizar o abalo no PIB, já que ele ocorre por conta de um choque de oferta que atinge a produção em uma província”, ressalta.

Na avaliação do Danske Bank, o surto representa um evento sem precedentes porque a China de hoje é uma economia moderna e integrada ao resto do mundo. “As incertezas estão aumentando para os chineses e, portanto, para a economia global e os mercados financeiros”, afirma.

Já o banco americano Brown Brothers Harriman (BBH) disse que o alastramento do surto do coronavírus pode prejudicar a recuperação das economias asiáticas. “A região asiática está apenas começando a se recuperar das tensões comerciais globais e agora deve lidar com o que provavelmente será uma queda acentuada no turismo”, informou, em relatório.

“Os formuladores de políticas da região podem ter de adotar uma postura mais cautelosa este ano se o impacto econômico se tornar significativo”, acrescentou o BBH. Segundo a instituição, os ativos da Tailândia devem ser as “maiores vítimas” da aversão a risco gerada pelo coronavírus, “dada a importância do turismo chinês para o país”.

De acordo com um analista ouvido pelo Estadão/Broadcast, não há como a Bolsa brasileira escapar das notícias negativas em relação ao coronavírus. “As commodities estão caindo, e isso deve atingir as mineradoras, siderúrgicas e as aéreas”, diz um analista. Na sexta, o Ibovespa já havia fechado em linha com o mercado externo, ao cair 0,96%, aos 118.376,36 aos pontos.

Por temor de cancelamento em passagens aéreas, na Europa várias ações de empresas do setor operam com perdas. Em Londres e nos Estados Unidos, o petróleo tem queda perto de 3%. No radar, está a notícia de fontes de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) discute ampliar os cortes de produção da commodity visando possíveis impactos da disseminação do coronavírus. / Sérgio Caldas, Maria Regina Silva, André Marinho e Iander Porcella. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo 

 

 

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