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Apuração em Wisconsin e Michigan põe Biden mais perto da vitória

Candidatos democratas costumam ter ganhos na apuração após a votação nos Estados onde a contabilização das cédulas pelo correio é feita após a contagem dos votos presenciais

Redação Jornal de Brasília

04/11/2020 14h36

A apuração de votos nos Estados do Wisconsin e Michigan nesta quarta-feira, 4, abriu caminho para o democrata Joe Biden chegar mais perto da Casa Branca. Conforme analistas alertaram nas semanas anteriores à votação, alguns Estados poderiam registrar uma virada democrata no curso da apuração dos votos, quando as cédulas pelo correio fossem contabilizadas. É o que tem acontecido nos dois Estados do crucial Meio-Oeste, região que deu a Donald Trump a vitória em 2016.

Candidatos democratas costumam ter ganhos na apuração após a votação nos Estados onde a contabilização das cédulas pelo correio é feita após a contagem dos votos presenciais. Isso porque o eleitorado democrata é mais propenso a votar de maneira antecipada.

Neste ano a votação pelo correio bateu recorde em razão da pandemia, o que deu esperanças à campanha democrata ontem mesmo diante de resultados iniciais favoráveis a Trump. Até agora, Biden tem 238 delegados e Trump, 213. São necessários 270 delegados no colégio eleitoral para vencer.

Os democratas esperam que o mesmo aconteça na Pensilvânia quando os votos à distância forem contabilizados, mas o Estado pode demorar dias para concluir a divulgação. Se Biden confirmar a dianteira nos Estados onde está à frente na apuração, tem chance de vencer sem que seja necessário aguardar o resultado na Pensilvânia.

A perspectiva de que a campanha de Biden ganharia espaço conforme as cédulas de voto pelo correio fossem contabilizadas é o que tem motivado os ataques de Trump ao método de votação amplamente empregado no país. Por isso, o presidente argumenta que a contagem deve ser paralisada. Os eleitores do republicano preferem o voto presencial, o que dá a ampla vantagem no início da apuração.

“Eles estão achando votos para o Biden em todo lugar — na Pensilvânia, Wisconsin e Michigan. Muito ruim para o nosso país”, escreveu Trump no Twitter nesta tarde. Na madrugada desta quarta-feira, ele prometeu pedir à Suprema Corte para paralisar a contagem de cédulas, argumentando que se trata de fraude da oposição para vencer, e se declarou vitorioso em Estados onde a apuração não foi encerrada, como Geórgia e Carolina do Norte.

No Wisconsin, com 97% das urnas apuradas, Biden está com 1,630,337 votos, em levantamento realizado pelo The New York Times às 13h30. O presidente Trump tinha 1,609,640 no mesmo horário e, portanto, perdia os 10 delegados do colégio eleitoral de Wisconsin. Em porcentagem, a diferença é de 49,5% a 48,8%.

Cenário semelhante ocorre no Michigan, terra natal de Barack Obama e onde Biden e o ex-presidente fizeram atos de campanha nos últimos dias. Com 92% da apuração, Biden tinha 2,573,254 votos, contra 2,541,943. A vantagem de Biden é de 49,5% a 48,9%. Michigan tem 16 delegados no colégio eleitoral.

Cautela

Para o diplomata Rubens Ricupero, que foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos, ainda é cedo para traçar qualquer cenário antes da confirmação do resultado da Pensilvânia. “A expectativa é que Biden só ganhará se os votos que foram pelo correio mostrarem uma maioria esmagadora em seu favor”.

Ricupero acrescentou que a lição da disputa de 2020 é que não houve uma reversão, como se esperava, da eleição de 2016. “Em grande parte, é um replay”, compara.

Para Ricupero, as causas da divisão da sociedade americana são muito profundas e não desapareceram. “Trump não é um fenômeno passageiro e vê-se que ele tem um apoio muito sólido. Além disso, qualquer um dos dois que ganhe terá de lidar com essa radicalização e com essa polarização”.

Estadão Conteúdo

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