Menu
Mais Esportes

Vítima de paralisia na infância, Pedro focou no esporte e hoje carrega vários títulos

Arquivo Geral

13/04/2014 10h16

Nem uma paralisia cerebral na infância foi capaz de destruir o sonho do pequeno Pedro Jardim de se tornar um jogador profissional de vôlei. Hoje, com 22 anos, o líbero/levantador conseguiu o que desejava e divide espaço na quadra com os atletas sem deficiência. O único sinal restante da doença se localiza no pé esquerdo.

“Não era nem para eu estar andando. Se não tivesse me tratado a tempo, seria tretraplégico”, conta Pedro Jardim.

O talento do rapaz foi reconhecido pelas ex-jogadoras Leila Barros e Ricarda Lima. Elas assistiram a um confronto dele quando defendia o Sesc, há 10 anos, e logo o convidaram para vestir a camisa do projeto Amigos do Vôlei.

A partir daí, o menino Pedro só cresceu e apareceu. De lá para cá, acumulou títulos locais e recebeu convites para jogar fora de Brasília. Rio Preto (MG), Casa Branca (SP) e Três Corações (MG) foram os clubes que o receberam. A volta do atleta ao DF se deu principalmente por estar longe da família.

Superado

Acostumado a lidar com as limitações – o pé esquerdo até hoje é torto –, ele afirma já ter superado qualquer tipo de trauma. Conhecido em Brasília e respeitado no esporte, ele destaca a força de vontade como fator preponderante para dar a volta por cima. 

“Minha deficiência me atrapalharia se eu não corresse atrás dos meus objetivos. Se alguém me diz que eu não consigo, aí é que eu me esforço até onde não posso”.

Perfil

Pedro Jardim

Idade:  22 anos

Naturalidade:  Brasília

Esporte:  vôlei

Posição:  levantador/líbero

Peso:  80 kg

Altura:  1,72 m

Principais conquistas:  campeão da Copa JK, em 2009; Campeão da Liga Marista, em 2011; Campeão dos Jogos Regionais de SP quando defendia o Rio Preto (MG), em 2011; Campeão e Vice do Brasiliense nas categorias mirim e infantil.

Aposentar não está nos planos

Tal força de vontade e determinação do levantador Pedro Jardim reflete em outra versão de si que acumula: a de técnico.

Afastado das quadras há dois anos por lesões, a última, inclusive, foi no pé esquerdo, ele aceitou a proposta de auxiliar o técnico Luciano Mello no ensino da modalidade em uma escola particular do DF. Cursando Educação Física, ele também aproveitou o tempo fora de atuação para se dedicar aos estudos.

“É muito complicado sair de quadra para ser técnico. A gente sempre cobra muito dos alunos porque já jogamos e sabemos como tudo funciona. Sei que às vezes essa cobrança é demais e lidar com adolescentes é muito difícil”, explica o comandante.

Não vai parar

Embora a opção em não voltar mais a jogar seja tentadora, Pedro leva em consideração o tempo e esforço gastos até aqui para planejar o retorno o mais rápido possível. “No começo as pessoas me olhavam com muito preconceito e faziam piadas sobre a minha deficiência. Já sofri tanto e suei tanto, que não dá para esquecer o passado e parar por aqui”, desabafa o atleta.

Saiba Mais

 A história de vida de Pedro é tão cativante que admiradores dele  prestaram várias homenagens ao atleta.

Entre elas, há a publicação de um vídeo no Youtube postado há cinco anos que mostra um jogo normal na quadra do Clube Vizinhança. Nele, Pedro atua como levantador e é nítida a habilidade que possui. 

A postagem tem mais de 2.300 visualizações, além de uma enxurrada de comentários de incentivo, admiração e principalmente emoção ao observarem as limitações do atleta brasiliense.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado