O velocista Vicente Lenílson vai se aposentar após o Troféu Brasil de Atletismo, disputado em São Paulo, com apenas uma decepção em sua carreira: a falta da medalha de ouro do revezamento 4x100m nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000. A equipe brasileira foi a segunda colocada da prova, superada apenas pelo time norte-americano, integrado por Tim Montgomerry, que confessou ter se dopado antes da competição.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) nomeou um advogado para acompanhar o caso em dezembro de 2008, mas não conseguiu nenhum resultado. Os atletas até contrataram de forma independente um profissional para cobrar o ouro, mas não “herdaram” a medalha norte-americana.
“Faltou uma medalha olímpica, que alguém esqueceu e não correu atrás para a gente enquanto dava tempo. Não sei quem foi, mas se esqueceram”, disse Lenílson. “Acho que não foi nem a Confederação [Brasileira de Atletismo], mas o COB que ia atrás disso”, completou o velocista, que correu a final do revezamento 4x100m em Sydney ao lado de André Domingos, Claudinei Quirino e Édson Luciano.
“Era uma coisa que eu merecia, não só eu, mas o André, o Édson e o Nei também. Seria a única medalha de ouro do Brasil em Sydney”, explicou Lenílson, que, aos 34 anos de idade, se aposentará justamente após disputar a prova do revezamento 4x100m no Troféu Brasil.