Mal a reportagem do Jornal de Brasília pisou na casa do “gigante” de 1,58m, ele já foi oferecendo uma garrafa de 2l de refrigerante. Uma cena irônica para quem tinha, entre os companheiros, o apelido de “Pitchulinha”. Alguns passos adentro e a TV entregava seu hobby preferido: um programa de mesa-redonda de futebol. “Casa de jogador é assim mesmo”, brincou.
Aos 36 anos, a figura carimbada no futebol do DF, Iron, não joga mais futebol profissionalmente. Aposentado desde o ano passado, ele encontrou nas artes marciais, uma paixão antiga, a forma de manter o físico em dia.
Agora adepto ao esporte mais violento, ele garante que o apelido não o incomoda. “No campo de futebol, a gente escuta coisas que não ouviria fora dele. Sou um cara muito calmo. O jogador tem que deixar o que ouvir dentro do campo e, depois, a vida segue. Se chamar de ‘Pitchulinha’ está tudo certo.”
Recentemente, o muay thai surgiu como preferência na vida do ex-jogador, que, antes da luta tailandesa, praticou também capoeira e kung-fu, há cerca de dois anos e meio.
Longe dos gramados candangos onde atuou por times como Luziânia, Gama, Brasília, Ceilândia, Sobradinho, entre outros, Iron atualmente divide os treinos no ringue com o emprego de chefe de brigada de incêndio. São três vezes na semana realizando primeiros socorros, além do curso de graduação de Educação Física.
Há duas semanas, Iron ganhou um diploma de graduação na arte marcial tailandesa. A conquista, segundo ele, é inesquecível. “No muay thai, a gente tem a graduação a cada seis ou oito meses. Foi a minha primeira graduação no muay thai, há praticamente dois anos. A primeira a gente nunca esquece, mas continua treinando. Eu ia até participar do Campeonato do Centro-Oeste, mas não fui por conta do trabalho”, explica.
Momento do futebol candango
Sem deixar de lado o sorriso, Iron aproveitou para opinar sobre o momento atual do futebol candango. “O futebol de Brasília caiu muito. Não quero criticar jogadores, mas quem frequenta os estádios vê que o nível caiu muito.”
Saiba mais
Engana-se quem pensa que o emprego como chefe de brigada de incêndio e os treinos de muay thai são as únicas ocupações na vida de Iron. Ele ainda encontra disposição para jogar futevôlei e também disputar peladas com os amigos. A família exerce papel fundamental na sua vida. O ex-jogador mora com a esposa e a filha, Nicolly, de 11 anos. E o carinho de Iron pela herdeira é grande. Ele, inclusive, aproveita para brincar sobre o fato de ela, mesmo ainda tão nova, já ser mais alta do que ele. “Meu bebê já é maior do que eu.”