Em uma quadra poliesportiva localizada na 111 Sul, seis amigos chamavam a atenção por praticarem um esporte pouco conhecido do público, o Bike Polo. A começar pelo traje e acessórios, com direito a capacete, taco – mallet -, uma bolinha vermelha e, claro, bicicletas. Basicamente, a modalidade é uma adaptação econômica e acessível do esporte em que o cavalo é um dos protagonistas.
“É impressionante como consegui ter o domínio do meu corpo e da minha bicicleta depois de começar a praticar”, comenta o ciclista Lucas de Souza.
Ele faz parte do pequeno grupo de praticantes, o único da capital, que tenta divulgar o esporte há um ano e meio.
Controlar a bola com o mallet, guiar a bicicleta com apenas uma mão evitando ao máximo colocar os pés no chão, cair e colidir com alguém. Esta é a tarefa dos amigos ao entrar em quadra. Missão que Lucas de Souza tentou fazer com que a namorada Nayara Lima topasse. “É muito complicado. Eu até tento brincar, mas quando eles estão jogando, saio de perto mesmo”, brinca a estudante.
Por toda a capital
No ano passado, o grupo – que se autodenomina Bike Polo Brasília – resolveu participar do Campeonato Sul-Americano, em São Paulo. Sem muita experiência e estrutura, eles ganharam apenas um jogo e perderam os outros dois da fase classificatória. No País, as melhores equipes são de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte.
“A gente foi mesmo só para passear e conhecer um pouco mais do esporte, já que não temos nenhum campeonato aqui no DF”, explica o ciclista Caetano Sampieri.
Na Europa, o esporte já ganhou milhares de adeptos. Os franceses e os alemães têm as melhores equipes. Na América, os norte-americanos e os canadenses se destacam.
APENAS A MAGRELA
Para ter acesso aos atletas basta ter uma bicicleta e coragem para enfrentar os incontáveis hematomas.
Os equipamentos para a prática eles mesmo providenciam, até que o novo praticante adquira para uso próprio.
Os integrantes do Bike Polo Brasília têm o costume de deixar mallets reservas em seus carros, tudo para conquistar novos adeptos.
Prática completa o dia
Criado para aprimorar o polo a cavalo, o Bike Polo era praticado pelos atletas nos intervalos dos jogos enquanto os quadrúpedes descansavam.
Classificado pelos próprios praticantes como um esporte de rua, eles acrescentam que a modalidade é um complemento do dia a dia.
“Saio do trabalho, pego a bicicleta e venho direto para cá. Se não existisse cidade, provavelmente o Bike Polo também não existiria”, pontua o ciclista Lucas de Souza. A bicicleta, inclusive, é parceira de Lucas e do restante do grupo, muitas vezes como principal meio de transporte.
ACABA EM PIZZA
Os times são compostos por no máximo três pessoas que revezam entre o ataque e a defesa.
Há mais de dois anos juntos, desde a criação do grupo, eles estipularam prêmios para quem levar a melhor nos confrontos informais na quadra da 111 Sul.
“A gente vive pagando pizzas um para o outro. Mas costumamos promover alguns eventos, como churrascos e cervejadas”, conta Caetano Sampieri, de 31 anos. (K.M.O)
BIKE POLO – Mais difícil do que parece
1-Não pode: colocar os pés no chão e cair. O equilíbrio deve ser feito através do mallet. Caso isso aconteça, o atleta está fora da jogada e só volta à competição depois de sair da quadra e bater o mallet em uma das extremidades.
2-Gol: só é válido quando o atleta o faz através da “marretada”. Não pode usar a lateral do mallet para este fim, apenas para o controle da bola.
3-Contato e duração: os jogadores só podem colidir com o rival em três situações: corpo no corpo, bicicleta na bicicleta ou mallet no mallet, desde que não haja má conduta ou exagero de ambas as partes. O jogo dura dez minutos ou acaba quando alguma equipe marca cinco gols.