O dinamismo do basquete ou os estratagemas calculados no calmo ambiente de xadrez? Afinal, o que as duas modalidades, tão distintas no estilo, têm em comum? No time sub-22 do UniCeub/Brasília, que disputa a Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), têm tudo. Graças a Hércules Lourenço, roupeiro do time candango, atletas da base se interessaram pela eterna guerra entre exércitos brancos e pretos e deixaram de lado as diversões noturnas para jogar xadrez.
“Modéstia à parte, eu era muito bom quando a sorte estava do meu lado. Um belo dia, comigo indignado porque os dados não saíam do jeito que eu precisava, um amigo meu me disse: ‘não quer depender da sorte? Joga xadrez’. A vontade que eu já tinha de aprender virou uma determinação, porque eu não queria depender de sorte”, conta o roupeiro Hércules.
O aprendizado veio pouco depois do infortúnio nos dados, em uma escola de filosofia, há pouco mais de dez anos. “Na época, eu não tinha acesso à internet, mas meu professor me passava muito material. Passei a estudar o xadrez por duas, três horas por dia.”
O interesse pelo xadrez se estendeu a alguns jogadores da equipe sub-22 do UniCeub/Brasília. A “febre” causada pelo jogo de tabuleiro faz com que alguns desafios sejam realizados nos hotéis por onde o time passa em viagens pela disputa LDB.
Um dos que costumam participar é o ala Luiz Edwards. “Comecei em 2008. Quando eu vim para cá, o Filé (apelido de Hércules) conversou comigo e resolvi jogar com ele. Tomei uma surra”, brinca.
Ambos reconhecem que a concentração requerida pelo xadrez influencia diretamente no desempenho dentro de quadra.
Saiba mais
O UniCeub/Brasília tem muitos atletas além, é claro, dos que trabalham dentro de quadra.
Sergilan Bandeira, o Serginho, outro roupeiro da equipe junto com Hércules, é faixa preta de jiu-jitsu.
Carlos Ewbank, o Carlinhos, é fisioterapeuta do clube brasiliense e praticante de tênis nas horas vagas.
