Marcus Pereira
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Para quem não está acostumado a correr, apenas assistir a maratonas, que possuem um percurso de 42 quilômetros, já inspira cansaço. Mas existem corredores que não se contentam com essa “pouca distância”, Eles chegam a percorrer 100, 200 quilômetros. Por isso, são chamados de ultramaratonistas.
É esse tipo de desafio que o brasiliense Juvam Palmeira encara há seis anos. “Eu gosto de dizer que correr por tanto tempo é uma terapia. Quando você está ali, passa muita coisa pela cabeça e você realmente começa a entrar em transe”, observa o atleta.
Juvam pratica a corrida há 13 anos e, desde que mudou para a categoria de ultramaratonista, acumula conquistas. Atual vencedor da Volta do Lago, prova que percorre o Lago Paranoá, Juvam não para. Ele embarca hoje para os Estados Unidos, onde disputará a Born To Run, sua primeira competição internacional. “Como o prêmio da Volta do Lago era de passagens para os EUA, resolvi usá-las agora para poder ir disputar essa prova, já pensando na Volta do Lago deste ano”, afirma o corredor, que busca o tricampeonato da tradicional prova brasiliense, marcada para o dia 17 de junho e que conta com uma categoria cujo percurso é de 100 quilômetros.
24 horas ininterruptas
Como vários outros atletas da cidade, Juvam é seu próprio treinador e consegue pouca ajuda de terceiros. “Infelizmente, as inscrições para essas ultramaratonas são muito caras. Só consegui pagar a Born To Run após fazer algumas promoções, como um almoço que oferecemos durante três meses no Parque da Cidade em parceria com alguns amigos”, explica.
Juvam idealizou, em 2010, um projeto chamado “24 horas nas capitais”. “Conseguimos fazer aqui e depois no Rio, porém a falta de apoio e estrutura foi determinante para não prosseguirmos” , conta. A ideia era correr durante 24 horas ininterruptas em várias capitais do País. Em Brasília, ele percorreu 204 quilômetros em voltas no Parque.