Os saltos em distância, triplo, em altura e até com vara vêm trazendo uma série de sucessos recentes para o atletismo brasileiro, como o ouro de Maurren Maggi nas Olímpiadas de Pequim e o de Fabiana Murer no Mundial de Daegu-2011, além do recorde sul-americano de Jadel Gregório, em 2007. Sucesso que não vem sendo alcançado pelas provas de velocidade.
Salvo o revezamento 4x100m, que ganhou o bronze nas Olimpíadas de Sidney-2000 e um ouro no Pan-2007, os resultados não são bons. O fato curioso é que, mesmo em termos mundiais, as Américas, incluindo o time nacional, têm a escola mais forte nos saltos. Nas outras provas de pista, no entanto, Caribe e Estados Unidos seguem como potências, diferentemente do Brasil.
Um dos grandes mestres recentes da escola de saltos brasileira, Nélio Moura acha injusto comparar o sucesso entre as provas. Segundo o treinador, a força de corredores, principalmente jamaicanos e americanos, impossibilita até os europeus de brigarem por pódio.
“Não é questão de falta de talento, nossos corredores são muito bons. O problema é que essa comparação acaba sendo injusta, porque os corredores do Caribe, os americanos e até os canadenses, dominam as principais posições até mesmo nos Mundiais. Você dificilmente vê um nome fora desses países”, afirmou.
Nélio ainda lembrou o grande número de espelhos que os saltos têm no país. Mesmo reconhecendo a importância de Robson Caetano e Joaquim Cruz, ambos medalhistas olímpicos, ele viu a trajetória de nomes como Adhemar Ferreira da Silva, João do Pulo, Jadel Gregório e até da própria Maurren como grandes chamativos para a categoria.
“Além de todos esses fatores, temos toda a tradição brasileira no salto, como o Adhemar que foi bicampeão olímpico, o João do Pulo que foi recordista mundial, a Maurren que ganhou Olimpíada, que são espelhos. Esses espelhos chamam a garotada, que começa a optar por treinar salto. É uma combinação de tudo isso”, concluiu.