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Torneio vira um fiasco por conta da precariedade do Nilson Nelson

Arquivo Geral

30/11/2015 8h05

A série de trapalhadas do Governo do DF com eventos esportivos viveu mais um capítulo nesse fim de semana. O ginásio Nilson Nelson não suportou a chuva que caiu na capital nos últimos dias e obrigou a mudança do torneio amistoso Quatro Nações para o Centro de Capacitação e Aperfeiçoamento Físico do Corpo de Bombeiros (CECAF).

O torneio, que não teve troféu e medalhas, e nem cerimônia, se transformou em jogos-treino para Argentina, Eslovênia, Brasil e Sérvia.

A falha é mais uma em 11 meses do novo governo. O cancelamento da etapa brasileira da Fórmula Indy e de provas nacionais de automobilismo; a reforma paralisada do Autódromo Nelson Piquet e a desistência em receber a Universíada-2019, terceiro maior evento poliesportivo do mundo, são alguns acontecimentos que marcaram o ambiente esportivo em 2015.  Por pouco Brasília não ficou de fora dos Jogos Olímpicos de 2016. Um acordo entre o GDF e o Comitê Rio-2016 evitou o cancelamento de 10 partidas do futebol masculino e feminino na cidade. O gasto estimado para esses jogos está em R$ 25 milhões.

Confederação lamenta situação

Presidente da Confederação Brasileira de Handebol, Manoel Luiz Oliveira, classificou o episódio como um “prejuízo incapaz de ser dimensionado”. Ele lembrou que a preparação para o Mundial ficou prejudicada. 

“Tudo o que aconteceu foi um verdadeiro desastre. O prejuízo foi econômico, técnico. Todos os jogos seriam transmitidos pela televisão. Prejuízo de gastar muito e não conseguir fazer o que foi preparado”, disparou.

“Tivemos todos os cuidados possíveis e imagináveis para trazer a seleção campeã mundial para uma última fase de treinamento. Escolhemos a capital federal, um lugar onde o handebol é muito praticado, e onde se presume que tenha um equipamento esportivo de altíssimo nível”, disse o dirigente.

Manoel não descarta, porém, novos jogos na capital, mesmo com a situação embaraçosa. “Brasília não vai ficar cortada do mapa. A única coisa que faltou para nós — e aqui eu vou fazer uma brincadeira — foi produzir uma chuva artificial pra saber se tinha goteira, O resto estava funcionando”, completa. Manoel pediu ainda que o sofrido Nilson Nelson receba os reparos necessários assim que possível.

A situação também foi lamentada pelo elenco, que superou as adversidades com o apoio da torcida — inicialmente os jogos seriam fechado, mas a organização resolveu abrir os portões ao público presente e que encheu o ginásio do CECAF. “Nós ficamos tristes por não termos treinado, não termos jogado da forma que deveríamos. A gente precisava desses jogos para pegar um pouco de ritmo, mas é isso, faz parte e vamos passar pelos obstáculos”, comentou a goleira Bárbara Arenhart, a Babi, que defende o Nykobing Falster, da Dinamarca.

 

Ginásio repleto de polêmicas

Esta não é a primeira vez que o ginásio Nilson Nelson sofre com goteiras. Em 2011, na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz e do ex-secretário de esporte Júlio Ribeiro, hoje deputado distrital, o ginásio pagou  mico com 36 países que disputavam o Campeonato Mundial de Patinação Artística. A chuva adiou e suspendeu provas e sobrou água até para a mesa da arbitragem. 

Ao custo de R$ 9,9 milhões, o espaço foi reformado em 2008 para a disputa do Mundial de Futsal. Na época, o Distrito Federal era governado por José Roberto Arruda. 

Ele e seu secretário de obras Márcio Machado foram absolvidos pela 4ª Vara da Fazenda Pública do DF da acusação de improbidade administrativa pela contratação sem concorrência pública da construtora Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A.

Palco de finais do Novo Basquete Brasil, de partidas de vôlei das seleções masculina e feminina, de um evento do UFC e de inúmeros shows (Guns n Roses, Avenged Sevenfold, Yes e outras), o Nilson Nelson está programado para receber a banda britânica Iron Maiden em março de 2016.

 

Público se revolta

O cancelamento dos jogos e a mudança do Nilson Nelson para o CECAF revoltou torcedores. A página do Facebook e a conta no Instagram da CBHb virou um festival de reclamações de fãs consternados.  

“Espero que da próxima vez que a CBHb invente de organizar um torneio no Brasil que façam no Maracanãzinho pois a estrutura é boa e nossas atletas merecem o melhor”, escreveu uma torcedora. “Gostar de handebol no Brasil é uma tarefa ingrata”, publicou outro fã do esporte. Em vários comentários as palavras mais utilizadas foram “vergonha” e “palhaçada”.

 

Rumo ao mundial

O elenco da seleção feminina de handebol embarcou ontem para a Dinamarca, onde será disputado o Mundial da modalidade. A seleção brasileira é a atual campeã do torneio — venceu em 2013. O Brasil está no Grupo C ao lado de Alemanha, Argentina, Congo, Coreia do Sul e França, com sede na cidade de Kolding.

“Temos atletas mais maduras. Depois do Mundial de 2013, passamos por coisas negativas e positivas. O handebol no Brasil precisa melhorar muito. Nossa maturidade é visível”, analisa a goleira Babi.

O Mundial da Dinamarca tem outras três chaves. No Grupo A, em Herning, estão alocadas a Sérvia, a Tunísia, o Japão, a Hungria, Montenegro e a anfitriã Dinamarca. Já a chave B, em Naestved, conta com Angola, China, Polônia, Holanda, Suécia e Cuba. Por fim, o Grupo D, com jogos em Frederikshvn, será disputado por Cazaquistão, Porto Rico, Rússia, Romênia, Espanha e Noruega.

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