Etiene Medeiros encontrou câmeras, flashes e microfones ao desembarcar em São Paulo como primeira campeã mundial de natação da história do Brasil. O técnico Fernando Vanzella, coordenador da Seleção feminina, se preocupa com o novo status da pernambucana de apenas 23 anos, ganhadora e recordista dos 50m costas em Doha.
“A Etiene vai precisar aprender a trabalhar com uma nova situação. Ainda em Doha, recebemos uma série de solicitações para essa semana. Precisamos ver como fica o gerenciamento de treinos, o descanso. É tudo muito novo e queremos administrar com calma para que ela possa desenvolver o potencial que já mostrou ter”, disse Vanzella na noite de terça-feira, no Aeroporto de Cumbica.
Etiene Medeiros despontou com 17 anos ao conquistar o vice-campeonato mundial júnior de 2008 nos 50m costas. Em busca de evolução, a nadadora mudou para São Paulo e passou a trabalhar sob o comando do experiente técnico Fernando Vanzella no Sesi.
“A ficha da Etiene ainda não caiu. Pode começar a entender agora que acabou de chegar, viu todos vocês (jornalistas) e está dando uma série de entrevistas. Aos poucos, ela vai assimilar e nós vamos sentir como está administrando. O que posso dizer é que é uma pessoa com grande inteligência emocional e vai saber lidar com isso”, apostou Vanzella.
Além do ouro inédito nos 50m costas com direito a recorde mundial, Etiene também medalhou nos revezamentos mistos de 4x50m (foi ouro no medley e bronze no livre). Com as três medalhas penduradas no pescoço, a nadadora admite a euforia.
“Estou muito feliz, mas é uma coisa nova. Se quiser alcançar alguns objetivos maiores, tenho que começar a me acostumar. É bastante diferente e muito bom ao mesmo tempo. Continuo encantada. Nunca imaginei bater um recorde mundial. Quando você trabalha muito, acaba ficando sem chão do que realmente é capaz”, contou.
Na edição de 2012 do Mundial de piscina curta, disputada em Istambul, Etiene ficou apenas na 10ª posição da mesma prova que conquistou com recorde dois anos depois. Enquanto assimila o novo status, a jovem nadadora tem Fernando Vanzella como amparo.
“Ele me ajuda muito, é um pai e técnico. Ficou todos esses dias sempre me acompanhando. Aqui tem quantas pessoas (jornalistas)? Quinze, vinte? Não sei, mas é uma coisa que todo atleta deve passar e precisa saber lidar. Espero que seja algo positivo”, disse Etiene antes de posar para uma série de fotos com fãs no saguão do Aeroporto de Cumbica.